Pesquisa aponta que municípios sinalizam a falta de vacinas há mais de 30 dias

17 de Sep / 2024 às 13h00 | Variadas

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) cobra providências do governo federal para sanar a falta de vacinas nas cidades brasileiras. Em ofício enviado ao Ministério da Saúde, o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, reforçou a preocupação com o cenário e solicitou providências para o “imediato restabelecimento da normalidade no abastecimento das vacinas em todo o país”.

A falta de insumos essenciais para garantir a cobertura vacinal plena tem sido enfrentada por seis em cada dez municípios, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM). O levantamento revela que em 64,7% dos municípios há falta de vacinas para imunizar a população, principalmente as crianças. O levantamento foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro e contou com a participação de 2.415 municípios.

A REDEGN questionou a Secretaria de Saúde de Juazeiro quanto a situação. A Secretaria de Saúde de Juazeiro informa que, neste momento, aguarda o envio, por parte do Governo do Estado da Bahia, das seguintes vacinas: febre amarela, multidose da Monovalente XBB para prevenção da COVID em crianças e meningo C.

Pela pesquisa, o Estado que possui a maior falta nos municípios é Santa Catarina, com 83,7% (128) dos gestores pesquisados relatando esse cenário. Em seguida, estão Pernambuco, com 80,6% (58); e Paraná, com 78,7% (155). Já no recorte por região, conforme a quantidade de Municípios participantes, o Sudeste apresentou 68,5% (595) de falta de imunizantes; o Sul, 65,1% (395); o Nordeste, 65,1% (370); o Centro-Oeste, 63% (136); e o Norte 42,9% (67).

O Ministério da Saúde é responsável por fazer a aquisição e a distribuição de todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação para os Municípios, e os Estados, e de prover seringas e agulhas para que possam realizar a vacinação na população.

“É importante lembrar que a vacinação foi um dos eixos do desfile de 7 de setembro deste ano. Apesar disso, o que verificamos, infelizmente, foi a falta de imunizantes essenciais há mais de 30 dias na maioria das cidades pesquisadas e ainda o risco de retorno de doenças graves, como a paralisia infantil”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Para ele, a dissonância entre o discurso oficial do Governo Federal e a realidade municipal gera frustração e pressão sobre os gestores, que, além de lidarem com as expectativas da sociedade, enfrentam a falta de vacinas e insumos essenciais para garantir uma cobertura vacinal eficaz. “Estamos cobrando do Ministério da Saúde que disponibilize os imunizantes para vacinar as crianças e suas famílias o mais rapidamente possível”, completa Ziulkoski.

A pesquisa da CNM aponta que os municípios sinalizaram a falta de vacinas há mais de 30 dias, e outros há mais de 90 dias. O estudo da CNM questionou os municípios sobre quais as vacinas que estavam em falta e o imunizante Varicela foi a de maior predominância, não chegando a 1.210 Municípios. A CNM destaca que esta vacina é utilizada para fazer o reforço das crianças de 4 anos contra a catapora.

A vacina para proteger as crianças contra o vírus da Covid-19 é a segunda mais em falta. O imunizante apresentou falta em 770 municípios, com uma média de 30 dias de atraso. A vacina Meningocócica C está em falta em 546 Municípios, com uma média de 90 dias sem o imunizante. Esta última protege as crianças contra uma bactéria que pode causar infecções graves e fatais, como a meningite.

Também foram apontadas como em falta nos municípios a Tetra viral, que combate o sarampo, a caxumba, varicela e a rubéola, em 447 Municípios; a Hepatite A, em 307 Municípios; e a DTP, que combate a difteria, tétano e coqueluche, em 288 Municípios.  A CNM analisou os dados por Unidade Federativa (UF).

No início deste ano, a CNM divulgou estudo sobre as metas de coberturas vacinais de rotina nos últimos cinco anos nos Municípios. E elas não foram alcançadas em todo país, exceto a BCG em 2022. Em 2023, justamente a vacina contra a Meningocócica C teve cobertura de 82,5%, abaixo da meta do Ministério, que é de pelo menos 95%.

redação REDEGN com informações Folha PE e CNM

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