O Professor da Universidade Regional do Cariri (URCA), Francisco Flávio Cavalcanti de Queiroz, 65 anos, continua recebendo homenagens. O docente do Curso de Letras da URCA faleceu na segunda-feira, 2 de setembro, no Município de Barbalha, Ceará. O professor também era escritor, além de ter passado por cursinhos e colégios da região, onde atuou como docente, tornando-se muito conhecido e querido na região.
Confira texto da professora Sergiana Tavares, Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará, mestra em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Portugal, especialista em Educação, Desenvolvimento e Políticas Educativas.
“Sentir tudo de todas as maneiras, Viver tudo de todos os lados, Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo, Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo” Fernando Pessoa
"Foi exatamente assim que FlávioQueiroz viveu. De forma intensa, visceral, profunda. Nada que Flávio fazia era mediano ou razoável. Até num simples cumprimento ele colocava a alma.
Nunca era só um cumprimento, era uma profusão de afeto, de alegria, de elogios. E assim era em tudo o que realizava. Quer dizer, em tudo o que se envolvia. Porque realizar pra Flávio, significava se envolver, se dedicar, se jogar. Quando se tratava de dar aula de Literatura, era sempre uma aula-espetáculo. E quando o tema era Fernando Pessoa, aí Flávio derramava toda sua paixão tornando impossível ao aluno passar por ele e também não se apaixonar por Fernando Pessoa e por seu heterônimos, dos quais, ele próprio parecia ser mais um.
Tínhamos em comum, além do fato de sermos os dois únicos professores de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras (Campus Pimenta), a paixão por Fernando Pessoa e por Belchior. No último evento que ele promoveu, Seminário de Literaturas Lusófonas, o homenageado foi Belchior, e eu fui uma das palestrantes. E comecei a apresentação dizendo que Flávio era a única pessoa no mundo capaz de me fazer interromper a licença maternidade para participar de um evento. E era mesmo. Porque a ele a gente não conseguia dizer não.
Antes disso, ele já tinha contagiado a gente com seu entusiasmo, com seu carinho e carisma inigualáveis. Tudo que se disser de Flávio ainda é pouco. E olhe que já disseram muito. Centenas de homenagens já foram feitas. Mas só hoje consegui me refazer para também dizer o quão grande foi, é e continuará sendo esse ser
humano chamado Flávio Queirós.
E porque não sou poeta, está difícil fingir que não é dor a dor que deveras sinto.
Sergiana Tavares, é professora da Universidade Regional do Cariri Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará, mestra em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - Portugal, especialista em Educação, Desenvolvimento e Políticas Educativas .
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