A Bahia registrou 785 focos de queimadas no período de 1º a 26 de agosto, última segunda-feira. O levantamento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora a situação em todo o Brasil.
De acordo com os dados detectados pelo Inpe, a situação é mais crítica no oeste do estado. Do total de incêndios, 506 ocorreram na região.
Cocos, município com área de 10.140,572 km, segundo o Censo 2022, acumula o maior número de focos de calor no mês. Há três dias, a cidade registra grandes queimadas em uma propriedade rural.
Na sequência, os maiores focos foram detectados em:
Muquém do São Francisco, onde os bombeiros tentam conter um incêndio na Serra do Cipó há 12 dias;
Formosa do Rio Preto;
São Desidério;
Correntina.
Cenário nacional
De janeiro para cá, a Bahia somou 3.265 focos de queimadas. Com isso, o estado é o segundo da região Nordeste com o maior registro de ocorrências, através apenas do Maranhão (6.658 queimadas).
Em comparação com todo o país, o território baiano fica na 11ª posição. Os estados do Mato Grosso (21.694), Pará (14.794) e Amazonas (12.696) lideram o índice geral.
Em comparação com todo o país, o território baiano fica na 11ª posição. Os estados do Mato Grosso (21.694), Pará (14.794) e Amazonas (12.696) lideram o índice geral.
Queimadas chegaram mais cedo na Bahia
Os incêndios florestais podem ser favorecidos por um fator natural: a combinação entre falta de chuva, ventos fortes e altas temperaturas. Na Bahia, esse fenômeno é esperado entre os meses de julho e outubro, mas, em 2024, os problemas chegaram mais cedo.
Somente no mês de junho, os bombeiros registraram 40 ocorrências no município de Luís Eduardo Magalhães. Naquele mês, pelo menos 305 focos de incêndio foram detectados pelo Inpe em todo o estado — número 10% maior do que a média histórica do mês.
À época, o comandante da 2ª Companhia de Bombeiros da cidade, o aspirante Denison Amaro, disse que o aumento na ocorrência de queimadas se deve especialmente ao calor. Isso porque as altas temperaturas causam ressecamento da vegetação e, por consequência, a queda de material orgânico no solo.
Soma-se a isso a diminuição da umidade relativa do ar e o resultado é o que se observa nas cidades: mais focos de incêndio. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) até emitiu alerta de baixa umidade para cidades do oeste baiano nesta terça-feira (27). Outras regiões, como o centro norte e o centro sul baiano, também receberam o aviso.
Incêndios no sudoeste
Chama atenção o número de incêndios criminosos em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. Conforme apurado pela TV Sudoeste, afiliada da TV Bahia na região, o município registrou 118 queimadas de janeiro a julho deste ano, 41 delas apenas no último mês.
O Corpo de Bombeiros destaca que muitas ocorrências são fruto de ações criminosas. A limpeza irregular de terrenos é uma das principais causas desses incêndios tanto na zona urbana quanto na zona rural.
"As pessoas utilizam do fogo, por exemplo, para queima de lixo, para limpeza de seus terrenos, seus lotes... Às vezes para comercialização de lotes se acaba removendo esse combustível, que é a vegetação", ressaltou o major Florinato Sertão, comandante da Brigada Florestal do Corpo de Bombeiros na cidade. Como ele pontua, todas essas práticas são coibidas pelos órgãos e entidades ligadas ao meio ambiente.
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