Juazeiro e Petrolina têm dia que o calor supera os 40 graus. Sensação térmica no asfalto é insuportavél. Zona Rural, famílias de agricultores em alguns locais sem água potável e sequer cisternas. Calor abrasador.
Estas duas cidades, fazem parte de um cenário que a REDEGN destaca também acontecer nos demais municípios do Vale do São Francisco e Norte da Bahia.
Em meio ao período mais quente registrado na história, o calor ainda é um assunto coadjuvante nas eleições municipais, na maioria ainda que com propostas pouco detalhadas, o tema calor mal aparece nos programas de candidatos a prefeito.
Em setembro do ano passado a REDEGN mostrou Leia Aqui que Com onda de calor, sensação térmica deve superar 40ºC em Juazeiro e Petrolina. Veja também reportagem publicada 04 de Junho- em Juazeiro, Bahia, famílias vivem sem energia elétrica e água potável em pleno ano de 2024
Se o calor ainda não ganhou protagonismo eleitoral a pauta vai se impor nos próximos anos, afirmam especialistas, "pois impacta saúde, bem estar, a produtividade, a educação e economia". Reportagem do Jornal O Globo aponta que "Propostas concretas para enfrentar o calor são raras nos planos de governo. Poucas cidades possuem planos de contingência específicos para ondas de calor.
A Organização Mundial da Saúde já destacou que a cada ano morre mais gente devido complicações do calor extremo. Propostas concretas para enfrentar o calor são raras nos planos de governo. Poucas cidades possuem planos de contingência específicos para ondas de calor
Paulo Saldiva, professor da Universidade de São Paulo e pioneiro no estudo do impacto do meio ambiente sobre a saúde no Brasil, afirma que calor deveria entrar na pauta dos políticos, programas de governo municipais.
"Poucos municipios tem Planos de Contigência para o calor. A maioria foca na criação de áreas verdes. Medidas mais profundas como nos Planos Diretores, de zoneamento urbano e malha de trasnportes raramente fazem parte da propostas dos candidatos a prefeito. Quando o enfrentamento do calor é mencionado, normalmente está acompanhado de Programa de Arborização Urbana. Tudo nas cidades médias e grandes conspira para que esquentem. Só um exemplo é urgente se pensar na climatização das escolas públicas e transporte. Prefeitos em sua maioria não pensam nisto. O calor vai aumentar. Propostas concretas para enfrentar o calor são raras nos planos de governo. Poucas cidades possuem planos de contingência específicos para ondas de calor", alerta Paulo.
O Censo Escolar de 2022 revelou que cerca de setenta porcento das salas de aula brasileiras não tem ar condicionado.
Andrea Santos, especialista em mudanças climáticas, destaca que os transportes são um dos principais desafios na construção de resiliência ao calor. Ela sugere a climatização de toda a frota de ônibus. Estudos apontam a necessidade de sensores para monitorar o clima e ferramentas de resiliência para garantir o funcionamento dos sistemas de transporte em condições extremas.
"O calor é um “assassino silencioso” e que o tema precisa ser incluído nas discussões políticas. Ele destaca que as grandes cidades brasileiras não estão preparadas para enfrentar o calor, e as eleições poderiam ser uma oportunidade para propor soluções inovadoras", finaliza Paulo Saldiva.
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