Artigo – Não falem mal do meu NordesteArtigo – Não falem mal do meu Nordeste

18 de Aug / 2024 às 23h00 | Espaço do Leitor

Não pretendemos fazer proselitismo político nem fazer política num momento em que o país se volta para as eleições municipais. Contudo, com as palavras que podemos pronunciar e escrever, devemos mostrar aos que falam mal do Nordeste os aspectos positivos da nossa região sem qualquer revanchismo, apenas como forma de mostrar o que somos, o que temos e o que produzimos.

Primeiramente é necessário dizer que o Nordeste está localizado numa parte do país em que a irregularidade das chuvas e o fato de se localizar no semiárido o fez para muitos um espaço hostil de secas e misérias.

Porém, isso se deve à classe política que se valia da famosa "indústria da seca" para dela tirar proveito, inclusive, político. Mas, isso foi superado pelas novas tecnologias de recepção, capacitação e armazenamento de água, melhorando em muito a vida de pequenos produtores rurais, complementadas por linhas de créditos mais acessíveis e capacitação desses produtores que fornecem a alimentação que consumimos. Por outro lado, é importante mencionar que o Nordeste tem a maior extensão litorânea do país com 3 mil km, indo da Bahia ao Maranhão.

Falando de alegrias podemos citar como exemplo, os carnavais de Salvador, Recife e Olinda, o calendário junino de Campina Grande, Caruaru e Petrolina que cada vez mais recebem milhares de turistas do Brasil e do exterior. Então, o Nordeste não é tão ruim assim.

E o esporte? A parte esportiva é um ponto positivo a destacar em prol do Nordeste nesse momento, começando pela paixão nacional que é o futebol, onde estamos vivenciando dois nordestinos nas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro: Fortaleza e Bahia que disputam em pé de igualdade com as melhores equipes do país.

Aliás, sabia que se o Nordeste fosse um país nos Jogos Olímpicos de Paris teria melhor colocação do que o próprio Brasil?

É verdade, duas medalhas de ouro, sendo uma no vôlei de areia e outra no judô, além de outras de prata e bronze. Isso que colocamos não é revanchismo, mas, uma constatação histórica da importância nordestina para o Brasil, como também para que sejamos respeitados pelo que somos e não uma análise superficial e depreciativa do nosso povo.

O povo nordestino é generoso e isso ficou evidenciado durante as cheias no Rio Grande do Sul que provocaram grandes inundações, os nordestinos foram solidários com doações de roupas, remédios e alimentos, bombeiros, pessoal de saúde, campanhas em emissoras de rádio, num gesto humanitário.

Outro ponto a destacar é a colocação nordestina no IDEB, pois, entre as 50 melhores notas da avaliação, 36 são do Nordeste, tendo o Ceará como a melhor educação do Brasil e a excelente nota de uma escola do Município de Inajá no sertão de Pernambuco alcançando 9.5 enquanto a média nacional é 6.

Somos brasileiros no sentido de pátria e país, respeitamos sua Constituição, porém, somos nordestinos, um lugar que vivemos e não aceitamos calados que dele falem mal.

Tony Martins – Radialista e Pedagogo

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