Confira Nota Publica de Solidariedade a Alessandra Paes aluna do Curso de Artes Visuais da UNIVASF-Juazeiro e pedido de apuração dos fatos
Os membros da Sociedade Civil do Conselho Municipal de Cultura de Juazeiro (CMC), através de seu presidente, vêm a público expressar solidariedade à aluna do Curso de Artes Visuais Alessandra Paes, diante dos ataques à sua imagem como mulher negra e artista. Consideramos a seriedade da “Nota de Repúdio do Colegiado de Artes Visuais da Univasf” sobre o lamentável episódio envolvendo o coordenador do Centro de Cultura João Gilberto,
Flávio Henrique Fonseca, e o produtor cultural Francisco Fernandes de Sena Neto, conhecido como Devilles. De acordo com a Nota do Colegiado, Alessandra sofreu preconceito e discriminação no ambiente cultural gerido pela Secretaria de Cultura do Estado, enquanto atuava como mediadora de uma exposição.
A resposta de Flávio Henrique à Nota do Colegiado não contribui para a pacificação e mediação do conflito, ao contrário, coloca Alessandra em uma posição desfavorável. Ele a descreve como agressiva, um termo frequentemente usado para desqualificar a vítima, afirmando que: – “fui surpreendido pela senhora Alessandra
com um tratamento extremamente hostil, acusando-me de ser omisso, negligente e que sua exposição estava sendo vandalizada.” e também mentirosa – “Pois bem vamos à verdade dos fatos!”, a resposta do Coordenador ainda apresenta pistas da sua preferência ao destacar na resposta: – “que o projeto "Teatro Escola", um dos
projetos culturais mais relevantes da cidade.” enquanto minimiza a importância, que ele qualifica com “intitulada” a exposição, "Três Pedras Dentro Desta Aldeia", resultado da pesquisa de três anos da artista visual Luisa Magaly no Terreiro de Umbanda Caboclo Sultão das Matas.
A resposta de Flávio Henrique poderia ter um tom mais apaziguador mas parece continuar no mesmo propósito, corroborando com o que diz o Colegiado de Artes visuais, no trecho que diz: “foram feitas comparações sem cabimento entre as artes cênicas e visuais, considerando que a segunda não acrescenta ao Centro
Cultural por "não gerar lucro" em relação à requisição de pautas”.
Diante do exposto, é imperativo que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia promova a qualificação adequada dos ambientes culturais e dos agentes públicos que a representam. É essencial que não se tolere atitudes que afrontam os valores de inclusão, cidadania e igualdade. A Secretaria deve apurar com rigor os fatos relatados por testemunhas e pelo Colegiado de Artes Visuais da Univasf, a fim de restabelecer um ambiente que valorize e respeite a diversidade.
Juazeiro-BA, 15 de agosto de 2024
Atenciosamente,
Membros da Sociedade Civil do Conselho Municipal de Cultura Juazeiro – BA
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