A REDEGN recebeu informação que um grupo de trabalhadores rurais dos Perímetros Irrigados que integram o Sistema Itaparica, ocuparam na manhã desta segunda-feira (12), o Eixo Leste da Transposição das águas do Rio São Francisco.
O objetivo é cobrar dos governos de Pernambuco e Bahia, da União e do Congresso Nacional, uma definição quanto aos problemas enfrentados pelas famílias reassentadas nesses Perímetros.
Em contato com a REDEGN, padre Luciano Pereira, representante da Diocese de Flores, membro dos movimentos sociais e sindicato dos agricultores reassentados do Sistema Itaparica, disse que as reivindicações são antigas e os Problemas enfrentados por 25 mil famílias do Sistema Itaparica, conjunto de projetos de irrigação da Codevasf, na região do Submédio São Francisco.
"Estes problemas já foram debatidos em audiência pública da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa. Essas famílias foram deslocadas por causa da construção da Hidroelétrica Luiz Gonzaga, inaugurada pela Chesf em 1988, e que inundou mais de 83 mil hectares de terra. Reassentadas em uma faixa de 150 quilômetros entre Pernambuco e Bahia, ao longo do lago Itaparica, elas reclamam da precarização da assistência prestada pela Codevasf e de cortes de energia que prejudicam a produção do perímetro irrigado, além de interromper também o abastecimento de água", disse Luciano.
Histórico-Para a construção da hidrelétrica, uma área de 83.400 hectares foi inundada e formou o Lago Itaparica, que se estende por 150 quilômetros entre os dois estados. Para realocar as populações urbanas atingidas pelos alagamentos, foram construídas as cidades de Petrolândia e Itacuruba, em Pernambuco, e Rodelas, Barra do Tarrachil e Glória, na Bahia. Ainda em 1986 foi feito um acordo com os atingidos para o reassentamento. Foram afetadas mais de 5,9 mil famílias, incluindo 200 famílias indígenas da Tribo Tuxá.
Os reassentados apontam o não cumprimento de pontos do acordo realizado, em 1986, com o Governo Federal por meio da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Ano passaso os agricutores reassentados realizaram no Trevo do Ibó, uma manifestação com o objetivo de chamar a atenção do Governo Federal para a crítica situação de abastecimento de água e fornecimento de energia nos Perímetros Irrigados.
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