Carta a J. Borges - Homenagem do Colégio Plenus

26 de Jul / 2024 às 11h17 | Variadas

Existem três maneiras de olhar para as utopias. Para muitos, elas existem apenas como ideia e moram nas montanhas inacessíveis da mente; outras pessoas aceitam a sua existência, mas lutam diariamente para combatê-las; um terceiro grupo dá significado à vida por causa delas.  Você  sempre acreditou nelas.

Por acreditar nas utopias, você transformou uma vida de pobreza por meio da arte. Embora tenha  frequentado a escola somente por um ano, soube utilizar o conhecimento prático da cultura popular para ser carpinteiro, pedreiro, poeta e xilogravurista. Com o seu fazer artístico, alcançou o que muitos artistas brasileiros não conseguiram: fez diversas exposições no Brasil (há uma atualmente no Rio de Janeiro) e em vários países, teve uma  xilogravura publicada no calendário da virada do milênio da ONU, ilustrou obras de autores clássicos, a exemplo do livro  dos irmãos Grimm, o de  Eduardo Galeano e o de José Saramago.  Recebeu o título de Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco e foi agraciado com  a Ordem do Mérito do Brasil.

Você sempre teve um carinho especial por nossa cidade. Publicou, em 1964,  o  primeiro cordel, o qual vendeu mais de cinco mil exemplares, com o  título “O encontro de dois vaqueiros no sertão de Petrolina”.  Gostava de visitar Petrolina e comer carne de bode com macaxeira. 

Obrigado, J. Borges, por nos mostrar  que as utopias podem descer das nuvens onde moram. Você tomou café, almoçou e jantou com elas. E foi feliz por isso.

Saudade eterna e muito orgulho de você.

Petrolina, Sertão de Pernambuco.

Colégio Plenus

Foto divulgação Museu do Pontal

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