Dias atrás, em uma palestra para dirigentes de bancos, a economista e professora Tânia Bacelar mais uma vez repetiu: “O Nordeste tem que ser revisitado”. No seu entendimento, a região que está no imaginário de boa parte dos brasileiros já não corresponde à realidade.
A declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro, na última quinta-feira, em resposta a um comentário em sua rede social, é um exemplo atual dessa visão distorcida.
Como resposta a uma provocação postada em seu perfil que diz “Direita no Nordeste nunca mais”, o parlamentar atacou respondendo que o Nordeste é a “pior região do país”.
O Nordeste tem desafios históricos, de fato. Em 2022, detinha 27% da população total do Brasil, mas 51% de seus habitantes estavam em situação de pobreza. Mas, por outro lado, nunca a região ofereceu tanta oportunidade para que negócios prosperem por aqui, revertendo isso em benefícios à sua população.
Segundo a Consultoria Tendências, o Nordeste deve crescer mais rápido do que o resto do país entre 2026 e 2034, a uma taxa de 3,4%, acima da média nacional de 2,5%, retomando um padrão que se viu nos anos 2000. Os investimentos públicos e privados previstos para o período em setores como energia renovável, gás natural e saneamento, entre outros, chegam a R$ 750 bilhões.
Tânia Bacelar, no entanto, alertou para falhas em torno do desenvolvimento regional. Ela diz que foram criadas políticas centradas na desigualdade e essas políticas estão em crise. O símbolo dessa decadência é a própria Sudene, que perdeu sua força. Faltam instrumentos para avançar. Essa discussão define o futuro do Nordeste, segundo ela.
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