Na última quinta-feira (18), estreou a segunda temporada de Linha direta na TV Globo. O precursor do gênero ‘true crime’ no Brasil tem como apresentador Pedro Bial.
O primeiro episódio destacou o assassinato da menina Beatriz, ocorrido dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, um dos mais tradicionais de Petrolina e região.
Conforme divulgado pela REDEGN Depoimentos e imagens que o público não conheciam foram destaques no programa. Pelas redes sociais centenas de telespectadores comentaram a emoção e as lágrimas caídas durante o programa diante a dor de uma mãe, pai, irma e amigos de Beatriz.
Uma das falas que gerou centenas de comentários foi do advogado do colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Neste sábado, 20, Henrique Rosa, advogado, divulgou um texto rebatendo a defesa do colégio e declarou: "quem deve pedir desculpas é o colégio". Confira:
TEXTO OPINIÃO: As duas cidades, Juazeiro e Petrolina, esperam da direção do Colégio Auxiliadora que ela peça desculpas pelos abusos cometidos no caso da menina Beatriz.
O colégio, porém, nunca achou bem visto o pedido de desculpas, ainda mais agora que o caso aconteceu há mais de cinco anos.
O certo é que a família de Beatriz sofreu um massacre e opressão.
Os EUA pediram desculpas e expressaram pesar aos afro-americanos pelos erros cometidos contra eles e seus antepassados durante a escravidão.
A Inglaterra pediu desculpas pela atuação britânica na fome intensa irlandesa há 150 anos que matou um milhão de pessoas. O Primeiro Ministro Tony Blair disse: “Aqueles que governavam em Londres na época falharam com seu povo”.
A Alemanha Ocidental pediu desculpas ao mundo pelas ações de seu Estado predecessor, a Alemanha nazista ainda pagou indenizações para Israel e para os sobreviventes do Holocausto.
O Papa Francisco foi a Bolívia e pediu desculpas pelos pecados da Igreja Católica na opressão da América Latina.
O colégio praticou corrupção quando contratou o perito do Estado que foi designado para trabalhar na perícia do caso Beatriz.
O Colégio Católico Nossa Senhora Auxiliadora ensina a perdoar, mas não pede perdão pelos graves erros cometidos no desenrolar daquele inquérito policial que apurava o assassinato da menina Beatriz.
Faltou uma indenização a família e também cadeia a parte da cúpula do colégio e de alguns empregados que agindo de modo livre, consciente e voluntário, em unidade de desígnios e conjugação de esforços, maquiaram provas desse crime que repercutiu internacionalmente.
O advogado do colégio no programa Linha Direta da Rede Globo, afrontou o Brasil quando disse que a família deveria pedir desculpas ao colégio.
As Freiras nunca foram mães, logo não tem noção que do outro lado, existe uma mãe sofrida e cansada de tanto suplicar por justiça e sem saber onde esconder as lágrimas e sem o gosto de mimar a sua filha, de encher o coração de prazer e entusiasmo.
A mãe é o único ente que nos ama, que compreende as nossas dores, que sofre quando sofremos que se desespera quando choramos e que morre quando uma filha deixa o mundo.
A família não deve desculpas. O colégio continua falhando.
Texto escrito por Henrique Rosa, advogado.
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