A Universidade do Estado da Bahia (UNEB), por meio da Pró-reitoria de Extensão (Proex), em conjunto com a Assessoria Especial de Cultura (ASCULT) e o Gabinete da Reitoria, através da Assessoria Especial Territorial (ASSEPT), deu início a I Audiência Pública sobre Culturas, Artes e Movimentos Democráticos na Extensão Universitária no Campus III da UNEB, no dia 15 de abril.
O evento marcou o primeiro passo em um processo de diálogo amplo entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa da cena cultural.
A audiência pública reuniu um público plural e engajado, composto pela comunidade acadêmica da UNEB, além de outras instituições de ensino superior, educadores, estudantes, artistas, produtores culturais e pessoas ligadas aos movimentos democráticos. Essa diversidade de vozes e perspectivas enriqueceu o debate e evidenciou o compromisso da UNEB com a construção de uma extensão universitária comprometida com o território.
A abertura do ciclo de Audiências Públicas promovido pela UNEB foi marcada pela apresentação do poeta e músico Fatel. Na oportunidade, o artista ressaltou a necessidade da academia se aproximar da cultura local, valorizando-a e consumindo-a. Segundo ele, essa atitude é importante para o fortalecimento da cena artística regional. "É fundamental, tanto para o enriquecimento desse ambiente, quanto para que haja uma formação de público consciente da cena artística que pertence ao seu local; essa mesma juventude não pode estar alienada à sua cultura", pontua Fatel.
Os trabalhos foram iniciados com a mesa institucional tratando do papel da universidade como promotora da extensão universitária. As diretoras dos Departamentos do Campus III, Andréa Cristiana Santos, (Departamento de Ciências Humanas - DCH III) e Gertrudes Macario (Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - DTCS III), pautaram o papel da universidade enquanto valorizadora da extensão universitária, entendedora da importância do vínculo com produtores de cultura em suas mais diversas formas e mediadora de cultura.
A diretora do DTCS III/UNEB, Gertrudes Oliveira, ressaltou que o Campus de Juazeiro foi escolhido para sediar a primeira audiência por seu histórico de atuação extensionista, por meio de projetos que são desenvolvidos em todos os cursos, pela formação contextualizada e humanizada que desenvolve e pelo seu compromisso com o território. "É um momento de suma importância, não apenas para o diálogo entre a universidade e a sociedade, mas também como uma expressão vibrante da nossa democracia e incessante busca por conhecimento e evolução.", acrescenta.
A pró-reitora de Extensão da UNEB, Rosane Vieira, destacou que a universidade é mais do que um local de formação, ela deve ser um espaço de interseção com os movimentos sociais. "Nesse sentido, a presença de coletivos culturais dentro da universidade é fundamental para a avaliação e implementação efetiva das políticas de extensão", ressaltou.
Reflexões sobre a extensão na prática deram o tema da mesa redonda. A professora do curso de Jornalismo do DCH III, Dalila Santos, ressaltou a relevância da UNEB em sediar a primeira audiência pública sobre extensão universitária. Ela destacou a importância da participação da comunidade externa e dos grupos colaborativos em espaços de formação como a UNEB, para desmistificar estereótipos e promover a interação entre academia e comunidades. A professora também apontou a necessidade de recursos financeiros para facilitar esse intercâmbio e a integração entre a comunidade externa e o espaço acadêmico.
O público presente trouxe questões multidisciplinares para a discussão. A psicóloga e representante do Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão (Numans), Ananda Fonseca, enfatizou a conexão entre arte, cultura e a luta antimanicomial. Segundo ela, a interdisciplinaridade proporcionada pela audiência pública é crucial para promover um intercâmbio entre os diversos campos que podem colaborar de maneira conjunta nessa causa.
A artista plástica e escultora, Carina Lacerda, refletiu sobre a educação artística na região. Com um vasto currículo de projetos realizados, Lacerda compartilhou suas experiências enriquecedoras trabalhando com alunos de escolas públicas em diversas faixas etárias.
O professor do DCH III, Josemar Martins Pinzoh, apontou que diante de todas as questões discutidas na cerimônia e que serão debatidas nos eixos temáticos, é necessário pensar em desconstruir culturas que estão intrínsecas na sociedade e contribuem ao fascismo e outros regimes destacando que a universidade e comunidade devem estar atentas e buscar combater o machismo, LGBTFobia e outras culturas, como a que privilegia grandes artistas e desconsidera quem produz cultura localmente.
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