A Polícia Federal monitorava, com autorização da Justiça, as ligações telefônicas dos criminosos Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e foram recapturados 50 dias depois, em Marabá (PA). Em conversa com uma mulher, Rogério falou sobre a fuga e o plano de sair do Brasil e ir para a Bolívia. Os áudios foram obtidos pelo programa Fantástico, da TV Globo.
“O bagulho foi cerradinho, se tu ver, eu passei por um imprensado grande, grande, grande, mesmo assim, se tu ver, um bagulho de filme mesmo. Os caras perseguindo nós, passando assim e nós sentido os chulé' da bota dos caras”, disse Rogério.
"Eu acho que não vai mais um mês, porque agora nós atravessamos uma parte por água. Estamos aqui na ilha esperando alguém buscar nós... Vai tirar nós de dentro do país”, contou o então fugitivo em outro momento.
Rogério e Deibson foram presos em ação conjunta das Polícias Federal e Rodoviária Federal, em Marabá, quando tentavam fugir para o exterior. Com eles, foram detidas mais quatro pessoas e apreendidos um fuzil e aparelhos celulares. Eles foram recapturados a cerca de 1,6 mil quilômetros de distância do presídio de onde fugiram.
Os criminosos retornaram a Mossoró e ficarão em celas separadas. O presídio federal teve a segurança reforçada. “Haverá vistoria diária, os protocolos foram reafirmados e a direção foi trocada. Estamos celebrando uma vitória das forças de segurança em um estado federal, com 27 entes federados e que, em tese, possui 5.600 guardas municipais”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Segundo Lewandowsk, toda a movimentação dos criminosos estava sendo acompanhada de perto. “Tínhamos a convicção de que os criminosos se encontravam na região, em um raio de 190 quilômetros, um território muito extenso. Isso nos obrigava a manter uma força de quase 500 homens de diversas forças de segurança, durante o dia e à noite. Tínhamos vestígios da presença deles: restos de alimentação e rastros captados pelos cães farejadores. Ao longo do tempo, perdemos esses rastros, mas a inteligência da Polícia Federal os monitorou permanentemente, o que permitiu que fossem encontrados a 1,6 mil km de distância”, explicou o ministro.
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