Uma possível omissão da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes no atropelamento de fiéis durante uma procissão, na tarde de domingo (31/3), no bairro de Marcos Freire, começou a ser investigada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A prefeitura é a gestora pública do Sistema de Transporte Complementar de Jaboatão, sendo responsável pela fiscalização e, principalmente, pela garantia da segurança do transporte para os passageiros.
O condutor de um micro-ônibus da linha 118 - Marcos Freire/Barra de Jangada, com dez anos de uso e que estaria com problemas mecânicos sérios, perdeu o controle do veículo e atropelou 34 pessoas - inicialmente achava-se que eram 32 -, matando cinco delas até agora. Outras 18 seguem internadas, algumas em estado grave. O condutor é um homem de 74 anos e estaria levando o micro-ônibus para a garagem exatamente porque o veículo apresentou problemas mecânicos ainda no terminal da linha. As informações são de que o veículo estava sem freios.
Além da investigação pela Polícia Civil, o sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define) fez com a Promotoria de Transportes da Capital instaurasse nesta segunda-feira (02/4) um inquérito civil para apurar não só a eventual omissão da prefeitura, mas também analisar as causas do atropelamento, as condições do sistema de transporte, a responsabilidade dos permissionários e o ajuizamento de uma ação de reparação de danos às vítimas.
MPPE espera explicações da prefeitura de Jaboatão dos Guararapes
A Promotoria de Transportes deu um prazo de 15 dias úteis para que a Secretaria Executiva de Ordem Pública e Mobilidade (SEORP) do município de Jaboatão dos Guararapes se posicione sobre a tragédia, e de 30 dias úteis para que a Delegacia de Prazeres remeta cópia do resultado da perícia do veículo envolvido no sinistro de trânsito.
“Nós vamos apurar as condições desse sistema, como têm sido feitas as vistorias e fiscalizações necessárias. Vamos marcar uma audiência com a prefeitura e os permissionários. Vamos aguardar a manifestação da prefeitura e as perícias técnicas do veículo para adotar medidas. Entre elas, tentar propor a renovação da frota e um prazo máximo para a operação desses veículos”, explicou o promotor de Transportes, Leonardo Caribé.
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