Finaliza nesta sexta-feira (5) a janela partidária que permite aos vereadores trocar de partido sem sofrer as sanções de fidelidade previstas na lei.
Uma inquietude vem sendo observada diante do prazo curto para viabilizar acordos que favorecam os dois lados, o do vereador, que precisa de uma legenda "boa" do ponto de vista da eleição proporcional, e do partido, que tem pré-candidatos fazendo contas e não quer novos concorrentes no grupo.
Em Juazeiro não é diferente e, pelas análises e consultas feitas pela redeGN, a situação tem um grau elevado de preocupação, principalmente na base de sustentação da prefeita Suzana Ramos, que detém uma bancada de apoio muito grande e partidos insuficientes para agasalhar confortavelmente todos, em situação matematicamente viável do ponto de vista eleitoral.
O PSDB, partido da prefeita, que elegeu apenas um vereador na última eleição, Bené Marques, poderia ser uma saída para agasalhar aliados, mas são muitos e há resistências entre pré-candidatos já inscritos na legenda, que temem a concorrência com nomes considerados “fortes” eleitoralmente.
Partidos da base, mas com diretórios “independentes”, do ponto de vista de decisões partidárias próprias, relutam em aumentar o número de candidatos que já detenham mandato pois temem uma debandada de pré-candidatos considerados “de menor peso”, mas que ajudam na eleição dos considerados “caciques”.
Sem a possibilidade de coligações, proibidas pela mustiça eleitoral, uma saída bastante usada para fechamento de chapas proporcionais até pouco tempo, quando os líderes decidiam no apagar das luzes, ante o esperneio dos “pequenos”, cada legenda precisa formar chapas com até 22 pré-candidatos, sem desprezar a cota de Gênero, que dificulta ainda mais a formação de agrupamentos com chances reais de eleger vereador.
Nas oposições, que tem quatro ou cinco parlamentares de mandato, a Federação PT/PV/PCdoB já larga com três vereadores de mandato: Alex Tanuri, Dr. Salvador e Mitu. A prioridade agora é garantir pré-candidatos sem mandado e considerados de “menor potencial” eleitoral para ajudar na renovação dos mandatos que já detém cadeira no legislativo. Por lá outros veradores de mandato não parecem ser bem-vindos.
As demais siglas de oposição a luta é para fechar chapas, com fortes resistências a vereador de mandato.
Até sexta-feira (5), para muitos vereadores de Juazeiro, a ordem é colocar a calculadora na mão, avaliar possibilidades eleitorais e convencer presidentes de partidos considerados “viáveis”, a recebe-los, sem comprometer acordos firmados com os que lá já estavam. Em muitos casos a conta não fecha e as brechas são poucas. Eis o dilema.
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