No ano passado, o fenômeno El Niño ajudou o Brasil a bater um recorde na exportação de frutas, principalmente no Vale do Rio São Francisco.
O Brasil enviou mais de 1 milhão de toneladas de frutas ao mercado internacional em 2023. O volume de uva exportada aumentou 40%. A manga continua liderando as exportações de frutas. O volume exportado subiu 15%, totalizando 266 mil toneladas.
A fruticultura brasileira alcançou um faturamento histórico em 2023, mais de US$ 1 bilhão. O Vale do São Francisco teve participação decisiva no crescimento das exportações; mais de 90% da uva e manga saíram dessa região.
O pesquisador da Embrapa João Ricardo Lima explica que dois motivos favoreceram as vendas. A queda na colheita de países concorrentes e o fato de a região semiárida do São Francisco produzir de forma irrigada e ter sol o ano todo.
"Nossos principais concorrentes - no caso o Peru, o Equador e a Espanha para manga, os Estados Unidos para uva -, eles sofreram um conjunto de efeitos climáticos que prejudicou a safra deles. No caso do Vale do São Francisco, a gente tem um grande diferencial, que é a possibilidade de você controlar a água pela irrigação, sol em abundância", explica.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas, Guilherme Coelho, celebra o bom desempenho:
"A manga cresceu 57% nas exportações, a uva 51%. Esse número foi muito ajudado pelo El Niño, né? Por exemplo, a gente manda manga para o exterior e choca com o mesmo tempo do Peru. O Peru, por causa do El Niño, não teve uma boa floração. Com isso, a manga do Vale do São Francisco entrou muito forte".
"Quando você usa tecnologia de 100% de eficiência, eu estou usando melhor os nossos recursos naturais e o meio ambiente agradece", afirma Corifeu Francisco Buzzeti, coordenador de Frutas do Vale do São Francisco.
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