O ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, denunciado por crimes sexuais contra 16 pacientes, em Salvador, foi indiciado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por importunação sexual em seis casos, nove meses após as denúncias. Ele também responde a quatro processos éticos no Conselho Regional de Medicina (Cremeb). O fato aconteceu em Salvador.
Dos 16 inquéritos abertos pela Polícia Civil, 13 foram encaminhados para o MP-BA. No entanto, sete já estavam prescritos.
"Solicitei perícia, ouvi testemunhas, então isso posso fazer de qualquer forma. Pedi prorrogação de prazos para indiciamento, por isso foram inquéritos que demoraram mais", explicou a delegada Bianca Andrade.
A advogada Clarisse Galvão representa quatro mulheres que denunciaram o ginecologista. Ela conta que acompanha o avançar das investigações atentamente.
"Que se instaure essa ação penal para que ele também possa se defender, que corra o processo de forma legítima e que ao final, ele seja condenado pelos crimes que cometeu", afirmou a advogada.
Nove meses após as denúncias, o Conselho Regional de Medicina instaurou um processo ético-profissional contra o suspeito. Com isso, a conduta dele vai ser investigada de forma detalhada.
Um documento, que foi obtido com exclusividade pela TV Bahia, mostra que o Elziro Gonçalves de Oliveira tem que apresentar a defesa no prazo de 30 dias. O ginecologista poderá entregar provas, justificações e apresentar testemunhas.
O Cremeb disse que, até o presente momento, recebeu sete denúncias sobre o caso citado. Três delas foram arquivadas por falta de pressupostos processuais e quatro viraram processo ético-profissional, todos em fase de instrução.
"No julgamento, o médico pode ser absolvido ou caso condenado, existem cinco penas previstas na nossa lei: advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício profissional por até 30 dias e a cassação do exercício profissional", explicou o corregedor do Cremeb, Emerentino de Araújo.
Em nota, a defesa do ginecologista no processo ético-profissional no Cremeb disse que a investigação tramita em sigilo e por isso não pode comentar.
Também por nota, os advogados que defendem o Elzrio Gonçaves nos inquéritos do MP-BA negaram as acusações e afirmaram que o suspeito permanece à disposição das autoridades, firme no propósito de recuperar à sua honra.
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