Com avanço da dengue, fabricantes de repelente aumentam produção para dar conta da procura

01 de Mar / 2024 às 07h30 | Variadas

Em meio a uma epidemia de dengue, que já matou mais de 150 brasileiros, empresas fabricantes de repelentes estão correndo contra o tempo para atender uma demanda até duas vezes maior em janeiro de 2024 na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Os planos incluem estoques antecipados e até mesmo a implementação de meios de transporte mais velozes para trazer matéria-prima para o Brasil. Nas farmácias e nas redes de supermercados, a procura pelo item chegou a aumentar 450%.

A Xô Inseto é a segunda maior marca da Cimed e teve faturamento de R$ 28 milhões apenas neste ano. Em janeiro de 2024, a demanda pelos produtos da linha aumentou 100% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Normalmente, a empresa produz 500 mil unidades mensais para a marca, mas expandiu sua capacidade para 1 milhão de produtos, após implementar três turnos de trabalho em dezembro de 2023.

Para atender ao mercado consumidor mais aquecido nesses primeiros meses do ano, a Cimed teve que adiantar os estoques de produtos do segundo trimestre, e está concentrada em restabelecer seu armazenamento. Segundo o CEO, João Adibe, o maior entrave é conseguir antecipar compras de insumos:

Nós usamos insumos da China, com o transporte por meio de navios, o que implica prazo aproximado de 120 dias para a chegada. Estamos tentando trazer por meio do transporte aéreo. O custo é 150% maior neste caso, por se tratar de um produto inflamável — diz o CEO, João Adibe.

No Rio, houve um aumento de 74% na demanda pelos repelentes da marca em janeiro frente a dezembro. Em São Paulo, o aumento foi de 68%. Em outros estados, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os aumentos chegaram a 280% e 266%, respectivamente.

A demanda por repelentes das marcas SBP e Repelex, produzidas pela Reckitt Hygiene, cresceu a um percentual de dois dígitos neste verão, após o aumento significativo dos casos de dengue desde novembro, com pico de consumo antes mesmo do carnaval.

"Estamos trabalhando com todos os parceiros pertinentes para garantir abastecimento, distribuição e rápida reposição do portfólio completo em lojas e farmácias no país", diz Ana Beatriz Guerra, Head de Marketing para Pesticidas da Reckitt Hygiene.

Procura nas farmácias
A SP Johnson, das marcas OFF e Exposis, disse que acompanha de perto a demanda por produtos para combater mosquitos e insetos em geral, principalmente em tempos de aumento dos casos de dengue. Recentemente, a empresa observou um crescimento na demanda por repelentes, mas não revelou quanto foi esse aumento.

Nas drogarias Venâncio, as vendas estão acima do esperado para o início ano, tanto nas lojas físicas como no e-commerce, enquanto na Pague Menos o crescimento em janeiro foi de 45% em todo o país, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Somente no Rio, a alta foi de 39%. Em São Paulo, de 74%. Já no grupo Raia e Drogasil, a procura por repelentes em todo o país disparou 450% em janeiro, em relação a novembro de 2023, quando os casos da doença começaram a crescer.

"Nesta última semana de fevereiro, a alta foi de 120% em relação a janeiro, e houve reposição do estoque devido à alta procura", diz Juliana Cervan, diretora da área Mais Saúde da RaiaDrogasil.

No Guanabara, o aumento nas vendas foi de 30% em janeiro, e a rede decidiu instalar nas lojas pontos específicos de venda para facilitar a busca dos clientes. Além dos repelentes, inseticidas estão sendo mais procurados: no último fim de semana, em apenas uma loja, foram vendidas em cinco minutos 1,2 mil unidades de uma única marca.

FolhaPE/Foto: Freepik

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