Estudo publicado na sexta-feira por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) mostrou que alguns mosquitos Aedes aegypti já estão nascendo infectados com o vírus da zika e Chikungunya.
O levantamento indica, então, uma transmissão "vertical" da doença, que pula a etapa do mosquito picar um humano, adquirir o vírus para, somente depois, contaminar outra pessoa.
A especialista em Aedes aegypti Denise Valle conversou com o Correio e falou sobre os impactos da descoberta para a população e para as autoridades de saúde responsáveis pelo controle de endemias. Sobre um aumento de casos, afirmou ser "leviano" associar a descoberta a situações como a enfrentada pelos Brasil, neste verão. "Não temos ideia, de fato, do quanto isso representa no número de casos".
A bióloga destaca que o mosquito é tratado como inimigo número um quando a pauta é dengue, no entanto, os próprios humanos asseguram as condições necessárias para o seu desenvolvimento. "No discurso, o mosquito é tratado como inimigo número um. Mas, na prática, é como se ele fosse o melhor amigo do homem", avalia.
Denise Valle é criadora da campanha 10 Minutos contra o Aedes, divulgada pelo Ministério da Saúde, e pesquisadora do Laboratório de Medicina Experimental e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
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