Às vésperas do ato em defesa de Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, lideranças apoiadoras do ex-presidente se mostraram preocupadas com a perda de controle sobre os manifestantes e a exibição de mensagens e discursos com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode complicar mais a situação do ex-chefe do Executivo, suspeito no inquérito que investiga a tentativa de um golpe de Estado.
Ministro da Casa Civil do governo anterior, o senador Ciro Nogueira pediu nas redes que os "lacradores" fiquem em casa. Foi uma referência a bolsonaristas extremistas que fazem ataques verbais e transmitem em suas redes sociais, para agradar sua claque e atrair novos simpatizantes.
O próprio Bolsonaro foi às redes, nesta sexta-feira, convocar seguidores a comparecerem ao que classificou de "ato pacífico, em defesa do Estado Democrático de Direito, pela nossa liberdade, nossa família, pelo nosso futuro". E chamou de "nosso encontro na Paulista".
Ciro Nogueira associou o evento a uma reunião familiar. "Lá, estaremos ao lado do nosso líder Bolsonaro para ouvi-lo e apoiá-lo", afirmou. "Agora, é bom avisar: parentes inconvenientes não são bem-vindos, e ele já avisou que não aceitará palavras de ataque a ninguém. Então, fica aqui o aviso aos famosos 'lacradores': se quiser atacar ou ofender alguém ou alguma instituição, nem apareça no domingo. Domingo é dia de família", acrescentou o parlamentar, presidente nacional do PP.
Os deputados bolsonaristas que vão à Avenida Paulista foram alertados para pagarem suas despesas, como alimentação, transporte e hospedagem, com recursos próprios, e não usarem verba da cota parlamentar da Câmara, que é dinheiro público. Foram orientados, ainda, a não levarem cartazes nem camisetas com menções contra as instituições, principalmente ao STF.
A Polícia Federal vai monitorar o ato, e ministros do Supremo também estarão atentos.
O ato ocorre ainda no calor das intimações a Bolsonaro e vários militares e civis de seu governo que são investigados nesse inquérito. Na quarta-feira, todos eles foram obrigados a comparecer à Polícia Federal para prestar explicações sobre a tentativa de dar golpe e impedir a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
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