As investigações da Polícia Federal apontam que a viagem aos Estados Unidos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no fim de dezembro de 2022, ocorreu com o objetivo de aguardar os desdobramentos da tentativa de golpe de estado no Brasil. Antes de se deslocar aos EUA, Bolsonaro transferiu R$ 800 mil ao país. As informações são da colunista Andreia Sadi, do portal g1.
De acordo com as apurações da Polícia Federal, os investigados “tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado” e estavam cientes dos atos ilícitos cometidos.
“Alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, diz o documento obtido pela jornalista.
Jair Bolsonaro, antes de ir aos Estados Unidos, realizou uma live de despedida do cargo de presidente. Segundo ele, “não vai demorar muito tempo, o Brasil vai voltar à normalidade. No final, o bem vai vencer o mal”, pregou o político. “Muita luta, mas um bom 2023 a todos. Deus abençoe o nosso Brasil. Vamos em frente”, desejou.
A transferência financeira feita por Bolsonaro foi realizada em 27 de dezembro de 2022 para um banco com sede nos EUA onde o ex-presidente possui conta. Esse dinheiro, ainda conforme a investigação da PF, pode vir do "desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”, como no caso da venda de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, continua a PF.
As investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro fazem parte da Operação Tempus Veritatis, que ocorreu em 8 de fevereiro. As ações têm o objetivo de apurar organização criminosa que atuou na tentativa de atos golpistas. Entre os alvos da operação, estão Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, o general Augusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, além de outros militares e aliados do ex-presidente. O passaporte do presidente foi apreendido no âmbito da operação.
Tempus Veritatis significa hora da verdade em latim, e coloca em xeque a teoria de que as eleições de 2022 teriam sido fraudadas e que o exército poderia intervir para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantivesse no poder.
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