O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou, nesta quinta-feira (8/2), que os ataques contra as sedes dos Três Poderes, no 8 de janeiro, não teriam ocorrido sem a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem apontou uma participação “da construção dessa tentativa de golpe”. A fala é um comentário sobre a operação da Polícia Federal que ocorre nesta quinta-feira contra Bolsonaro e aliados dele.
“O cidadão que estava no governo não estava preparado para ganhar, não estava preparado para perder, não estava preparado para sair. Tanto é que não teve nem coragem de me dar posse (...) ficou em casa chorando e foi embora para os Estados Unidos. Ele deve ter participado da construção dessa tentativa de golpe”, disse Lula em entrevista à Rádio Itatiaia.
Lula afirmou, ainda, que não sabe se houve uma participação ativa de Bolsonaro, mas afirmou que acha “que não teria acontecido sem ele”.
O presidente disse que agora é esperar as investigações e que espera que “no tempo mais rápido possível” venha um resultado “do que verdadeiramente ocorreu no Brasil”.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
De acordo com o blog da Daniela Lima, do g1, outros alvos de mandados de busca são Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Defesa Anderson Torres, além de outros militares e aliados políticos de Bolsonaro.
A investigação-A investigação apurou que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. O segundo eixo teria consistido na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
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