De janeiro a dezembro de 2023, 120 pessoas foram mortas por policiais e agentes de segurança pública em Pernambuco. Em média, a polícia matou uma pessoa a cada três dias no estado. O número é 30,42% superior ao registrado no ano de 2022, quando os agentes de segurança pública foram responsáveis por 92 mortes em Pernambuco.
O levantamento foi feito pelo g1 com base em dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), que mudou desde o ano passado a fórmula de cálculo desse tipo de crime, separando as mortes por agentes do estado dos demais casos de homicídio (entenda mais abaixo).
Esse é o pior resultado para esse indicador desde 2018, quando 115 pessoas foram mortas por agentes de segurança. Questionado sobre o assunto, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, disse que não admite "excesso algum" por parte das polícias.
As mortes por policiais em 2023 ocorreram em 42 cidades do estado. Mais de um terço dos casos, porém, estão concentrados em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
Em Petrolina foram 3 mortes.
O g1 procurou a Secretaria de Defesa Social (SDS) desde o dia 17 de dezembro de 2023 para falar sobre os dados referentes às mortes provocadas por agentes de segurança pública. No entanto, não obteve retorno.
Na quinta-feira (25), em entrevista coletiva durante a solenidade de transmissão de posse da chefia da Polícia Civil, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, foi questionado pelo g1 sobre o assunto e disse que Pernambuco é um dos estados com a menor letalidade por violência policial no país e que não admite "excesso algum".
"Se formos comparar os números consolidados pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), nós estamos da 20ª posição para baixo. [...] Qualquer excesso será apurado e as providências serão tomadas. Nós tivemos um caso que chamou muita atenção logo que cheguei. A investigação foi feita e a resposta foi dada com prisão", afirmou o secretário, referindo-se ao caso das mortes em Camaragibe, que resultou na prisão de policiais militares em dezembro.
Perguntado se os recentes episódios de violência policial influenciaram na decisão de trocar o comando das polícias Civil e Militar, Carvalho disse que não. "Eu não posso atribuir isso ao comandante. Foram ações de uma pequena fração do efetivo que estava na rua, que decidiu por conta própria e vai responder por seus atos", declarou o gestor.
No mesmo evento, o novo chefe da Polícia Civil, delegado Renato Márcio Rocha Leite, afirmou que o foco inicial da gestão é a redução nos índices de Mortes Violentas Intencionais (MVIs).
"Esse é um número que a gente vai combater com muita veemência. Esperamos reduzi-los, chegar a atingir a meta que está sendo prevista pelo Juntos [pela Segurança] e, ao final do ano, conseguir bater um resultado menor do que vem ocorrendo nos anos anteriores", falou o delegado.
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