Delator aponta Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do RJ como mandante da morte de Marielle Franco e Anderson, diz site Intercept Brasil

23 de Jan / 2024 às 12h42 | Policial

O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a ex-vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, delatou à Polícia Federal (PF) Domingos Brazão, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, como um dos mandantes de assassinar a ex-vereadora.

A informação foi revelada ao Intercept Brasil por fontes ligadas à investigação.

Marielle e Anderson foram assassinados a tiros em uma emboscada, no Rio de Janeiro, em março de 2018. O advogado de Domingos Brazão, Márcio Palma, foi procurado pela reportagem, mas afirmou que não ficou sabendo da delação. Ele também afirmou que tudo que sabe sobre o caso é pelo que acompanha pela imprensa, pois pediu acesso aos autos e foi negado, sob a justificativa de que Brazão não era investigado. Em entrevistas passadas, Brazão sempre negou qualquer participação no crime.

Apesar de o acordo de delação premiada ter sido firmado com a Polícia Federal, a delação premiada precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, determinou que o caso seja solucionado até o mês de março, quando o crime completa seis anos.

Élcio de Queiroz, que dirigia o carro com Ronnie Lessa no momento do assassinato de Marielle e já fez delação à PF no ano passado, já havia citado o nome do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeir, Domingos Brazão, como tendo possível envolvimento do crime. A suspeita é a de que Ronnie Lessa também tenha mencionado o nome de Brazão, já que ele tem foro.

Brazão já havia sido investigado, antes da delação, pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) por atrapalhar as investigações do caso. A suspeita é a de que o conselheiro teria usado um policial federal aposentado e funcionário do gabinete no Tribunal de Contas para levar o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha, a acusar o então vereador Marcello Siciliano e o miliciano Orlando Curicica como sendo os mandantes do crime. Após o avanço das investigações, Ferreirinha respondeu por obstrução da Justiça.

Ao O Globo, Brazão afirmou que espera que a morte da ex-vereadora Marielle seja elucidada logo e que confia na Justiça. "Depois das famílias de Marielle e Anderson, posso garantir que os maiores interessados na elucidação do caso somos eu e minha família. Tenho fé que, se houver mesmo essa delação, que, graças a Deus, isso termine logo", destacou o conselheiro.

O CRIME: Marielle foi morta a tiros em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, localizado na região central da capital fluminense. A vereadora, que saía de um evento com mulheres negras, foi assassinada com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também morreu.

Intercept Brasil/Jornal Estado de Minas/O Globo Foto ilustrativa

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