A Bahia teve 22 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2023, o que representa 8,56% dos casos registrados em todo o país no período. Em Salvador, foram registradas oito mortes homotransfóbicas.
As estatísticas colocam a Bahia em 4° lugar entre os estados que mais notificam mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, atrás de São Paulo, com 13,3%, Minas Gerais , com 11,67% e Rio de Janeiro, com 10,9%.
Em 2023, o levantamento aponta que o Nordeste teve 94 casos, o que representa 36% das mortes violentas contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil. Na região, a Bahia está à frente de Ceará, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, os cinco estados que concentram mais registros.
O Brasil teve 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no ano de 2023, uma a mais que o registrado em 2022. O dado é de um levantamento feito pelo Grupo Gay Bahia (GGB), a mais antiga Organização Não Governamental (ONG) LGBT da América Latina. O número mantém o país no posto do mais homotransfóbico em todo o mundo.
O estudo aponta que o Brasil registrou no ano passado o maior número de homicídios e suicídios da população LGBTQIA+ e das 257 vítimas, 127 eram travestis e transgêneros, 118 eram gays, 9 lésbicas e três bissexuais.
Segundo o fundador do GGB, o professor Luiz Mott, em 44 anos de pesquisa, pela primeira vez travestis e transexuais ultrapassaram os gays no número de mortes violentas.
"Isso reflete a violência letal contra travestis e transexuais atualmente. Estimando-se que as trans representam por volta de um milhão de pessoas no Brasil e os homossexuais 20 milhões. O risco de uma transexual ser assassinada é 19% mais alto do que gays, lésbicas e bissexuais", analisou Mott.
“De igual modo é o calvário vivenciado pelos suicidas LGBT+, onde a intolerância lgbtfóbica, sem dúvida, foi o combustível e o gatilho para minar sua autoestima e desistirem de viver", afirma Toni Reis, coordenador da Aliança Nacional LGBT.
O documento indica que as lésbicas estão na categoria sexual menos vitimizada, porque "em geral as mulheres são menos violentas que os homens e se expõem menos do que os gays em espaços de risco". Além disso, "raramente têm relações com pessoas desconhecidas no primeiro encontro".
São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará são os estados brasileiros que notificaram mais mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2023, conforme o levantamento. [Veja números abaixo]
Mortes violentas de LGBTQIA+ por estado
Ordem Estado Quantidade %
1 SP 34 13,23
2 MG 30 11,67
3 RJ 28 10,9
4 BA 22 8,56
5 CE 21 8,17
6 PR 17 6,61
7 AL 13 5,05
8 AM 12 4,57
9 PA 9 3,5
10 PE 9 3,5
Entre as capitais, São Paulo aparece na lista com maior prevalência de mortes de pessoas LGBTQIA+, seguido por Rio de Janeiro, Manaus, Salvador e Fortaleza.
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