Um projeto desenvolvido por docentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) foi contemplado com recursos de financiamento através do Edital Nº 21/2023 de Estudos Transdisciplinares em Saúde Coletiva, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Os recursos serão destinados à execução de estudos clínicos fase 2 do desenvolvimento do curativo de nanofibra com antimicrobiano criado pela startup 3D Bionano para tratamento de feridas crônicas infectadas.
O projeto é coordenado pelo professor do Colegiado de Farmácia (Cfarm) Fabrício Silva e contará com a participação do Hospital Universitário (HU) da Univasf.
A aprovação do projeto, que se intitula “Desenvolvimento tecnológico, scale-up e estudo clínico fase 2 de nanofibra contendo antimicrobiano para o tratamento de feridas crônicas infectadas”, possibilitará a produção em escala piloto do produto e, posteriormente, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, a realização dos estudos clínicos do curativo em humanos.
Desenvolvido pela 3D Bionano pela técnica de eletrofiação, o curativo (foto ao lado) é formado por nanofibras poliméricas, biocompatíveis e biodegradáveis, que contêm medicamento antimicrobiano. O objetivo dos pesquisadores nessa fase é comprovar se o uso do curativo da 3D Bionano é mais efetivo contra infecções bacterianas em feridas crônicas do que curativos com coberturas contendo prata.
O projeto será realizado em parceria com o HU-Univasf e, de acordo com o professor Silva, será o primeiro estudo clínico brasileiro de um produto desenvolvido com a técnica de eletrofiação para o tratamento de feridas crônicas. “A execução dessa pesquisa irá reposicionar nacionalmente a Univasf e o HU-Univasf como centros de excelência no desenvolvimento de produtos farmacêuticos inovadores”, conta o pesquisador.
Envolver instituições das cinco regiões brasileiras foi um dos pré-requisitos exigidos pela chamada do CNPq para participar do edital. Para isso, a 3D Bionano estabeleceu parceria com o HU-Univasf e envolveu outros nove hospitais da rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) de todo o país, além de contar também com a participação de pesquisadores de outras instituições, a exemplo da Universidade Pernambuco (UPE), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto Nacional de Tecnologia (INT).
Com os recursos que foram aprovados para execução do projeto, a empresa pretende criar uma sala para a produção do curativo, adquirir uma máquina para produzir e fabricar esses curativos para serem testados nos hospitais da Rede Ebserh que fazem parte do projeto. “Se o produto que estamos desenvolvendo demonstrar eficácia em humanos, assim como nos testes em animais, a execução da pesquisa nos permitirá gerar evidência para o registro na Anvisa de um novo produto com base nanotecnológica para o tratamento de feridas crônicas, incluindo as feridas do pé diabético”, afirma Silva.
A 3D Bionano, fundada em abril de 2022, é uma startup incubada na Incubadora Tecnológica da Univasf (IntecVasf) e formada pelos professores Fabrício Silva e Fernanda Ribeiro, do CFarm, Evando Araújo, do Colegiado de Engenharia Agronômica (Ceagro), e pelo farmacêutico Gustavo Nascimento. O objetivo da startup é utilizar a técnica de eletrofiação e impressão 3D para desenvolver medicamentos inovadores para melhorar a vida das pessoas.
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