Quando Luiz Gonzaga compôs, parceria com Zé Marcolino, Numa sala de reboco, os pais de Pedro Lucas Feitosa nem se conheciam. Cinco décadas depois, a canção precisou ser executada só uma vez para inspirar o menino de 10 anos a homenagear o Rei do Baião.
Decidido a divulgar a obra do pernambucano, o cearense caminhou até a casa de cimento aparente onde mora o avô e pediu o objeto mais antigo que ele tivesse.
Foi assim que uma máquina de costura se tornou o primeiro item exposto no Museu de Luiz Gonzaga, montado na casa da bisavó, na Rua Alto da Antena, em Dom Quintino, Crato, no Cariri.
Neste mês de janeiro, dia 5 e 06, acontece os festejos para comemorar os 11 anos de fundação do Museu.
Em conversa com a REDEGN, Pedro conta que as músicas de Luiz Gonzaga, lembra, ele conheceu com auxílio de uma professora. “Cheguei na escola cantando Asa Branca, mas não sabia a letra toda. Minha professora me ajudou. Depois, minha tia me deu um MP3 com músicas dele, gostei muito”. Os amigos de turma parecem não compartilhar do interesse: “Dizem que Gonzaga tem música chata, de velho. Digo ‘música chata é funk’”.
Apesar de Numa sala de reboco servir de inspiração, ele faz questão de destacar que a vontade de criar um centro em memória do Rei do Baião durante uma visita a Exu, terra de Luiz Gonzaga: Caminhando pelo Museu do Gonzagão, em Exu, Pedro começou a imaginar como seria se ele pudesse ter algo parecido na rua onde mora: “Não tinha nada daquele jeito por aqui”.
O presidente da ONG Parque Aza Branca, responsável pelo centro, Júnior Parente, se orgulha pela contribuição: “Fico feliz em saber dessa história. Significa que Luiz Gonzaga continua vivo ao ponto de um menino ter despertado o interesse em criar um museu para homenageá-lo”.
Detalhe, o Museu e a história do fundador Pedro Lucas Feitosa foi tema numa das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) edição 2021, que abordou a história do Museu de Luiz Gonzaga, criado por Pedro Lucas Feitosa, no distrito Dom Quintino, em Crato, Ceará.
A história ganhou visibilidade internacional através do documentário “O menino que fez um Museu” (2016), do jornalista Sergio Utsch. A produção independente foi premiada em Londres pela Foreing Press Association (FPA), associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888.
Atualmente com 18 anos, Pedro Lucas concluiu na Escola Profissionalizante o Curso de Produção Audivisual.
O espaço, localizado na rua Rua Alto da Antena, no distrito de Dom Quintino, reúne cerca de 100 objetos que recriam a época em que Gonzagão viveu. Pedro Lucas guia as visitas no local, contando a história de cada objeto do museu, função que divide com o primo, Caio Éverton. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga e seus parceiros.
Esta história virou filme e ganhou a Europa, foi exibido nos Festivais Internacionais, em Londres e Italia. A história de Pedro Lucas também foi exibida na Mostra de Cinema de Outro Preto, Minas Gerais.
O Museu reúne objetos que recriam a época em que Gonzagão viveu. Pedro Lucas antes da pandemia guiava as visitas no local, contando a história de cada objeto do museu, função que divide com o primo, Caio Éverton. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga.
O Museu de Luiz Gonzaga, na cidade do Crato, no interior do Ceará, foi tema de uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. O assunto foi utilizado na avaliação de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. A questão retrata a premiação do documentário "O menino que fez um museu", de direção de Sérgio Utsch, gravado no Crato em 2016. A obra audiovisual ganhou o prêmio principal em Londres, dado pela associação dos correspondentes estrangeiros.
O filme será exibido hoje no Distrito de Dom Quintino, a partir das 18hs.
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