Este final de semana duas reportagens destacaram a migração das Rádio Am (Amplitude Modulada) para a Frequencia Modulada-FM. A primeira da Revista Piauí (Confira na integra aqui), diz que todo dia, inclusive nos feriados, Jandira dos Anjos Motta acorda pontualmente às cinco da manhã e o primeiro ato é ligar um pequeno aparelho de rádio.
As reportagens mostram brasileiros ouvintes de rádio que não tem acesso a internet vão ficar em verdadeiros "desertos de comunicação, sim notícias)
Embora tenha acesso a uma internet de ponta em sua casa, Motta prefere pautar sua rotina pela programação radiofônica. “Já tentei escutar rádio em aplicativo de celular, mas não gostei. Gosto mesmo de ouvir no radinho de pilha. De ligar, sintonizar, procurar estação. É como se fosse meu ritual.”
Esse hábito cotidiano a coloca no grupo centenas de pessoas que ainda ouvem rádios AM , de acordo com uma pesquisa da Kantar Ibope Media.
“Eu cresci ouvindo rádio e vou morrer ouvindo. A rádio AM fala comigo, toca as músicas que eu gosto”, diz Motta.
O ouvinte brasileiro, como Jandira Motta, apesar do celular e outras opções tecnológicas disponíveis, continua fiel ao antigo hábito de ouvir rádio. Segundo dados da Kantar Ibope Media, 83% da população escutou rádios AM e FM todos os dias, durante um tempo médio de 3 horas e 58 minutos diários. A maioria (56%) se dedicou às notícias. Uma grande parte (49%) também ouviu música. Para 43%, o rádio serviu de companhia.
Uma outra resportagem, Sintonia do futuro: o impacto da mudança das rádios para FM, Confira https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/responsabilidade-com/2023-12-28/migracao-das-radios-do-am-para-o-fm.html, destaca o texto Sintonia do futuro: o impacto da mudança das rádios para FM. Detalhe: a reportagem mostra a preocupação com o possível "Apagão da Comunicação e o deserto de notícias": "A situação se agrava ainda mais ao considerarmos que existem locais onde a luz, o telefone, a internet, a televisão e as estradas ainda não chegaram. A comunicação radiofônica é a única existente efetiva nesses pontos".
Além dessa questão do isolamento geográfico, mesmo em locais mais urbanizados, o Brasil enfrenta um grave problema denominado "deserto de notícias". Surpreendentemente, um estudo do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo revelou que mais de 30 milhões de brasileiros vivem em locais onde a comunicação de massa não chega.
No ano de 2017, a REDEGN, destacou reportagem (Veja aqui: Ouvintes de rádio em sintonia AM de Juazeiro e Petrolina lamentam a mudança e adaptação para FM).
Naquele ano as emissoras Am começaram a migrar para a frequência modulada-FM. Representantes do Ministério das Comunicações explicam que o processo de migração das rádios AM para FM vai provocar a necessidade de adaptação também por parte dos ouvintes dessas rádios. A extinção do serviço de radiodifusão local por onda média, onde estão as emissoras AM, foi determinada pelo Decreto. O espectro de onda média regional e nacional continuará existindo, mas às emissoras locais foi dada a opção de migrar para a faixa FM.
O artista plástico Iranildo Moura, contou que presenciou a fundação das emissoras ams na região de Juazeiro e Petrlina. Ele declara que é um apaixonado pela sintonia em Am. "Não compreendo esta medida. A questão é que a política no Brasil em nome de uma falsa modernidade está matando a boa comunicação. O rádio FM não vai atender o ouvinte das localidades distantes", aposta Iranildo dizendo que ouvir rádio nos aparelhos digitais é complexo para as pessoas de classe baixa.
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