Altas temperaturas, chuva e tendência de dias mais quentes e úmidos. Com a chegada do verão, todos esses fatores contribuem para um cenário favorável para a agricultura brasileira.
Além de ser importante para a produção agrícola, a estação tem relevância para a geração de energia por meio de hidrelétricas, reposição hídrica e manutenção dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios.
O especialista em agronegócios Marcelo Moura explica que existem setores responsáveis por alavancar a economia brasileira que têm no verão a expectativa de crescimento em oportunidades e negócios, como a agricultura. “O verão brasileiro é marcado pelas altas temperaturas e também por chuvas. É a estação onde a reprodução animal, sobretudo a reprodução bovina, ocorre com maior tranquilidade”, destaca.
Moura lembra que a estação também coincide com o final do plantio da soja. “É justamente no verão, devido à alta umidade e alta incidência de raios solares que a planta vai se desenvolver. Vai crescer para que esteja pronta para a colheita, logo em seguida abrindo espaço para o milho, que entra logo após a soja utilizando as mesmas lavouras, os mesmos espaços”, observa.
Neste período, a ocorrência de chuva em praticamente todo o país é cada vez mais comum, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste, onde os volumes totais de chuva costumam ser inferiores a 400 milímetros (mm), indica o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A chuva é provocada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, principalmente, pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pelo período chuvoso. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam, em média, os maiores volumes de chuva com acumulados entre 700 mm e 1.100 mm.
Andréa Ramos, meteorologista do Inmet, observa que o retorno da chuva, esperado para a segunda quinzena do mês de dezembro de 2023, contribuiu para a elevação dos níveis de água no solo em algumas áreas. Segundo a especialista, este cenário tem sido importante para a retomada do plantio e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.
“Em termos de plantio de safra é necessário termos condições favoráveis na questão das chuvas e até mesmo temperatura para que tenhamos uma produtividade mais eficiente. E os sistemas estão atuando de forma a impactar na produção agrícola”, avalia.
De acordo com a meteorologista, em janeiro de 2024 o cenário pode ser positivo para a produção agrícola. “A tendência é que as chuvas retornem contribuindo para a recuperação dos níveis de água do solo, favorecendo culturas em estados fenológicos [desenvolvimento das plantas] de maior necessidade hídrica”, analisa.
Mas ela alerta que o cenário pode ser diferente na região Sul, onde os níveis de água no solo devem se manter elevados. “O solo está muito encharcado na região Sul. Isso tem impacto. Tem uma maior probabilidade de gerar excedente hídrico em algumas localidades nos próximos meses. São vários meses com chuvas acima da média e isso já diminui essa questão da condição adequada para a agricultura.
Marcelo Moura acrescenta que a primavera foi atipicamente quente, com chuvas em excesso, calor em excesso, mas ainda existe uma certa expectativa de que seja um verão plural e que as lavouras não sejam comprometidas com irregularidades muito fora do padrão.
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