Em pronunciamento de Natal, Lula defende democracia, combate às fake news e protagonismo do Brasil

No tradicional pronunciamento nesta noite de véspera de Natal, domingo (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi para além de fazer um apanhado das ações do primeiro ano do seu terceiro mandato. O petista voltou a pregar a unidade do país e a defesa da democracia. 

“Desejo que o Brasil abrace o Brasil. Somos um mesmo povo e um só país”, falou. “Vamos combater as fake news, a desinformação e os discursos de ódio, valorizar a verdade, o diálogo entre as pessoas. Que no ano que vem sigamos unidos, caminhando juntos rumo a construção de um país cada vez mais desenvolvido”, reforçou. 

No pronunciamento em rede aberta, Lula também lembrou dos atos democráticos do dia 8 de janeiro, com o ataque às sedes dos Três Poderes. Nas palavras do presidente, “o ódio de alguns contra a democracia deixou cicatrizes profundas, dividiu o país, desuniu famílias”, porém, a “tentativa de golpe” teve “efeito contrário”. 

“Uniu todas as instituições, mobilizou partidos políticos acima das ideologias, provocou a pronta reação da sociedade e ao final daquele triste 8 de janeiro, a democracia saiu vitoriosa e fortalecida. Fomos capazes de restaurar as vidraças em tempo recorde, mas falta restaurar a paz e a união entre amigos e familiares”, discursou. 

BALANÇO

Lula iniciou o discurso de Natal falando sobre a “colheita” de bons frutos. O presidente afirmou que 2023 foi “tempo de plantar e de reconstruir” o país. “Cuidamos com  todo carinho do Brasil e do povo brasileiro”, disse. “Criamos condições para colheita proveitosa”. 

Ao defender que o “Brasil voltou a ter um governo de verdade”, Lula afirmou que o governo federal cuidou com “responsabilidade dos recursos públicos” e investiu onde era necessário, deixando de lado ideologias político-partidárias. 

Ele citou o retorno de algumas políticas públicas e sociais, e a criação de novos projetos como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular, Desenrola, Plano Safra, e o PAC.

Lula exaltou a aprovação da reforma tributária e a classificou como um “feito histórico”. Com ela, conforme o presidente, será possível “corrigir” injustiças sociais. “Quem ganha mais pagará mais, quem ganha menos pagará menos”. 

Também pontuou a taxação dos super ricos, assegurou que a inflação está sob controle, o PIB cresceu acima do esperado e que a bolsa de valores tem gerado recordes. “O salário-mínimo voltou a subir acima da inflação”, ressaltou ao comentar que os preços dos combustíveis vêm caindo. 

Sobre os potenciais econômicos do Brasil, Lula frisou o investimento em energia renovável. “Estamos dando os primeiros passos na produção do hidrogênio verde”, pontuou. Na visão do presidente, o país tem se destacado como potência mundial neste setor. 

Lula ainda falou da relação com outros países. “Recuperamos o diálogo com o mundo e a nossa credibilidade internacional. Passamos da 12ª para a 9ª maior economia do planeta. O país voltou a ser ouvido nos mais importantes fóruns internacionais em temas como o comabte a fome, a desigualdade, a busca pela paz e o enfrentamento da emergência climática”, assegurou.