O ano de 2023 foi excelente para o segmento de consórcio. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o número de consorciados atingiu o patamar recorde de 10 milhões em outubro de 2023, com um crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período de 2022.
O demonstrativo é sinal de que a modalidade financeira, criada há mais de seis décadas, ainda tem fôlego para movimentar a economia e proporcionar aos brasileiros maior poder de compra.
Um dos fatores que impulsionaram os resultados do setor nesse ano foi a manutenção dos juros altos. Apesar da redução da taxa Selic em agosto, ela permanece elevada em 12,25%, o que impacta notavelmente no valor do financiamento de veículos e imóveis. Outro índice que demonstra a popularidade do consórcio é a adesão ao sistema. Nos dez primeiros meses deste ano, segundo a ABAC, a comercialização de crédito alcançou a marca de R$ 260 bilhões, revelando um aumento de 22,5%, em comparação ao período de janeiro a outubro de 2022.
Considerando os altos índices de desempenho, a expectativa é que o ano seja encerrado em uma tendência crescente. Os indicadores também fomentam um 2024 com excelentes resultados para o setor. O Brasil vive um momento econômico em que a população está retomando o ritmo de consumo, interrompido pelos efeitos da pandemia e pelo aumento da inflação. Projetando-se um cenário de aumento das compras e reaquecimento da economia, a perspectiva é que o consórcio mantenha sua ascensão, beneficiando-se de sua versatilidade, ausência de juros e parcelas compatíveis às condições do cliente.
Já no que se refere à compra de imóveis para moradia ou mesmo investimento, a modalidade torna-se uma alternativa atrativa por dois motivos principais. O primeiro para escapar do custo do aluguel e outro como uma forma de construção de patrimônio. É nítido que a combinação de fatores continuará abrindo espaço para que, em 2024, o consórcio supere as marcas alcançadas em 2023.
O fornecimento de crédito acessível também é uma vantagem da modalidade em um cenário de alto endividamento da população. Segundo o levantamento do Mapa da Inadimplência no Brasil de junho de 2023, feito pela Serasa, o país contava com 71,45 milhões de brasileiros nesta situação, cerca de 43,78% da população. Diante disso, os brasileiros recorrem às alternativas mais econômicas, seguras e planejadas, de acordo com o orçamento familiar, para adquirir um bem ou contratar um serviço sem comprometer grande parte da renda mensal.
Por fim, as expectativas para 2024 são de crescimento e superação dos patamares alcançados no setor. A avaliação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) sugere uma inflação de 3,91% no próximo ano, uma redução de 0,62% em comparação a 2023. Essa redução impactará positivamente o poder de compra da população, aumentando a margem de consumo per capita. A conjuntura contribuirá para que o próximo ano seja de recorde em vendas e em adesão de novos consorciados. Para as empresas do setor fica a lição de casa de aproveitar o momento para crescer e mostrar aos brasileiros as vantagens da modalidade e tudo que é possível conquistar com planejamento e segurança.
Por Tatiana Schuchovsky Reichmann, CEO da Ademicon
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