Neste fim de semana, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) realizou no Assentamento Normandia, em Caruaru, o 33º Encontro Estadual do MST PE.
O evento reuniu cerca de mil acampados e assentados de 22 regionais do MST no estado para debater as prioridades políticas do movimento, além de diversas representações de parlamentares do estado, como a deputada estadual Rosa Amorim (PT), o deputado federal Túlio Gadelha (Rede), e órgãos de estado como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Nascida e criada na luta pela reforma agrária, a deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE) destaca que o momento foi de fazer um balanço das lutas do ano e projetar as prioridades para o ano que vem. "Viemos de um longo processo de resistência e desde o início de 2023 a prioridade foi reconstruir o Brasil e todas as políticas de reforma agrária destruídas nos anos do governo Bolsonaro. Agora, nossa meta é avançar nas conquistas, especialmente nas políticas de desapropriação da terra, mas também de todo o conjunto de ações que garantam que as famílias do campo tenham acesso à crédito, água, saúde, educação, cultura e lazer para viver com dignidade", destaca a deputada.
O encontro ficou marcado pelas conquistas do movimento em negociação com membros do MDA e Incra, a exemplo da reconquista do Assentamento São Gregório, em Gameleira, que vinha sofrendo com a possibilidade de despejo depois que o processo de desapropriação, já finalizado, foi anulado pela Justiça; a retomada da Superintendência do Incra em Petrolina e da Diretoria de Obtenção de Terra do instituto; as alterações na legislação para desburocratizar o acesso à terra através de decretos assinados pelo presidente Lula; a retomada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) e a destinação de recursos para solucionar os conflitos de 15 acampamentos ameaçados de despejo no estado.
Para César Aldrighi, presidente nacional do Incra, o fortalecimento do órgão nesta conjuntura deve impulsionar a reforma agrária e a produção de alimentos saudáveis nas áreas de assentamento. "Neste primeiro ano a gente está reconstruindo as políticas públicas. Reconstruímos o MDA com o Incra, Conab, Ceasa, Anater, tudo isso faz um ministério forte para ter importância no desenho das políticas de desenvolvimento agrário. São estruturas que estão a serviço dos camponeses e camponesas na construção de um projeto em que a agricultura familiar vai contribuir de forma decisiva para que essa comida chegue para combater a fome e a miséria", afirmou.
"O principal saldo do encontro é entender coletivamente o momento político que estamos vivendo, de crise econômica, política e ambiental e que a reforma agrária e o MST precisam responder a isso produzindo alimentos e cuidando do meio ambiente, fazendo a disputa política contra esse resquício bolsonarista e 2024 será importante para isso", é o que afirma Jaime Amorim, dirigente nacional do MST em Pernambuco. Ele aponta a presença do Incra e MDA no evento como um aceno positivo do Governo Federal para a retomada das políticas de reforma agrária.
Além de Aldrighi, estiveram presentes no encontro Givaldo Cavalcanti, superintendente do Incra em Pernambuco; Edilson superintendente do Incra em Pernambuco, Rose Rodrigues, Diretora de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento do Incra e Caetano de Carli, superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em Pernambuco.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.