O município sertanejo de Piranhas (AL) recebeu, no Centro Cultural Miguel Arcanjo de Medeiros, a solenidade de abertura da VI Expedição Científica do Baixo São Francisco.
A expedição, que é de iniciativa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), já está consolidada e tem, desde o seu princípio, o investimento do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que acredita na pesquisa, ciência, educação e meio ambiente. Além do CBHSF, investiram na expedição o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério da Pesca e Aquicultura, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba (Codevasf), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH-AL) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL).
Nesta edição, a equipe está composta por 66 pesquisadores, que irão trabalhar em 36 áreas com base em dados científicos, com diagnóstico participativo e multidisciplinar sobre a situação econômica, social e ambiental da região do Baixo São Francisco, avaliando os impactos na atividade pesqueira, no manejo do solo, na agricultura, no turismo, no abastecimento dos municípios, na saúde da população e na forma de vida das comunidades tradicionais a fim de levar aos órgãos públicos, instituições e às populações ribeirinhas, quilombolas, pescadores e demais interessados a situação real do rio São Francisco, os resultados das pesquisas e quais as alternativas para reverter os possíveis problemas encontrados.
A vice-reitora da UFAL, Eliane Cavalcanti, fez a abertura oficial do evento científico e logo em seguida foram abertas as falas para alguns representantes, dentre eles o coordenador-geral da expedição, Emerson Soares.
“Esse é o momento de agradecer a todos vocês. A Expedição Científica começou em 2018 e nasceu de um sonho. Começou muito humilde e visava analisar o que estava acontecendo com o rio São Francisco. Reunimos cabeças pensantes para tentar trazer um pouco da universidade e levar pesquisas que cheguem na ponta, para quem precisa realmente. Vimos muitas dificuldades. O povo ribeirinho precisa que estejamos mais presentes com a cooperação. Temos espírito de união e um planejamento que visa praticar uma ação que seja efetiva na melhoria da qualidade de vida desse rio. Mas também precisamos falar da problemática do rio. Ele tem graves problemas de saúde, um deles é a qualidade da água que não está boa”, disse Emerson.
Soares pontuou, ainda, que as pessoas precisam de saúde e saneamento e, para isso, é preciso trabalhar em conjunto com os gestores públicos para possibilitar um saneamento efetivo que vise a melhoria da qualidade da água para não onerar a saúde. “São 505 municípios que lançam seus esgotos no rio São Francisco. O baixo São Francisco, por exemplo, tem um potencial turístico enorme, e Piranhas é um desses locais que merece destaque. Para ter turismo de qualidade precisamos de água de qualidade, que traga um alimento de qualidade para gerar qualidade de vida às pessoas”.
Dentre as ações já realizadas nas expedições anteriores, ele destacou: “Já doamos mais de 30 notebooks nas escolas, oito tratores, realizamos mais de 5 mil exames só no ano passado, 1.800 amostras biológicas coletadas, educação ambiental”.
Emerson agradeceu ao CBHSF, primeiro investidor da expedição e disse: “Ano que vem daremos uma parada para darmos uma repaginada a fim de gerar ações mais efetivas. Estamos plantando sementes para colhermos mais tarde”.
Em mais uma das suas falas, Emerson Soares, citou a importância de todos lerem os materiais produzidos pela equipe da Expedição Científica. “Não adianta termos um material sem a leitura para colocar o que está escrito em prática. Vamos lutar pelo rio de verdade, sem vaidade. Estamos aqui para fazer algo por esta população que se encontra esquecida e adoecendo por falta de políticas públicas efetivas a favor do rio São Francisco. Vamos lutar. E viva a expedição”.
Para o presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, é uma honra fazer parte, desde o princípio, da Expedição Científica. “Estamos aqui, enquanto Comitê, mais uma vez apoiando esta iniciativa da UFAL, que tem a coordenação do Emerson Soares, José Vieira e Themis Silva e tem o intuito de fazer diversos levantamentos e pesquisas importantes acerca da qualidade da água, da fauna e flora ligadas ao Velho Chico. São relatórios imprescindíveis recebidos por nós que se tornaram vastos documentos que são encaminhados aos órgãos públicos para que juntos possamos encontrar soluções a fim de buscarmos a preservação do rio São Francisco. Atitudes são necessárias e lutamos diariamente para defender este rio fundamental para a nossa sobrevivência. Viva o Velho Chico”.
“Agradeço a todos os parceiros que acreditam em nosso trabalho que é incansável, entre eles o Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco. É uma satisfação estar aqui novamente para trabalhar em prol do povo ribeirinho. Quero dizer a vocês que a universidade é isso, ela vai aonde o povo está. Esse é o papel das nossas universidades. Nesta pausa que daremos na expedição iremos trabalhar nos bastidores para fazer das próximas edições um evento ainda melhor. Todos iremos virar carranca em defesa do Velho Chico”, ressaltou Eliane Cavalcanti, vice-reitora da UFAL.
Para ter acesso às informações, clique https://drive.ibge.gov.br/s/sHtr4wpFWCdBiCY.
A Expedição agora segue seu curso, pesquisa e atividades, até o próximo dia 30 de novembro, nos seguintes municípios:
27/11 – Penedo (AL);
28/11 – Piaçabuçu (AL);
29/11 – Foz do São Francisco e Brejo Grande (SE);
30/11 – Encerramento da Expedição Científica em Penedo (AL)
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