Ao menos quatro mulheres denunciam um motorista por aplicativo em Salvador. As vítimas relatam que, após entrarem no veículo, o homem cancelou as corridas, mostrou uma arma e anunciou o sequestro. Durante o crime, as vítimas eram obrigadas a fazer transferências em PIX. Os casos são investigados pela Polícia Civil.
"Ele esperou o carro pegar um pouco de velocidade para anunciar o sequestro. Pediu para chegar para o lado do banco, mostrou a arma, disse que era um sequestro e que eu tinha que fazer transferências para ele", disse uma das vítimas que preferiu não revelar a identidade.
Segundo a mulher, o homem pediu para ela mostrar todos os aplicativos de agência bancária que ela tinha. "Pedia para eu mostrar minhas senhas. Todas as minhas ações foram supervisionadas por ele", relatou.
De acordo com a vítima, as ameaças duraram cerca de 40 minutos. Nesse período, ela fez transferências para contas de várias pessoas.
"Fiz cinco transferências, se não me engano. Durante todo o percurso ele me ameaçava de morte, quando eu ficava mais nervosa e errava o número do PIX", disse a mulher.
A mulher não soube precisar o valor total que ela transferiu enquanto estava na mira da arma do motorista. No entanto, acredita que o prejuízo tenha chegado próximo de R$ 10 mil.
O caso foi registrado na 16ª Delegacia Territorial (DT), que fica no bairro da Pituba. "Conversei com algumas vítimas e elas me falaram a mesma coisa. Ele disse para todas que tinha acabado de sair prisão e que precisava do dinheiro para não morrer", revelou a vítima.
"Em todos os casos, ele deixou as vítimas no mesmo local, na BR-324, no meio do nada", acrescentou.
As vítimas contaram que os três casos aconteceram no mês de outubro, que já acionaram a empresa Uber, mas que o perfil do motorista, que tem uma nota boa, segue ativo na plataforma.
"Minha cabeça está extremamente perturbada e traumatizada. Vai ficar uma marca para sempre, não só financeira, mas psicológica. Estou com medo de sair na rua, de carros parecidos", desabafou.
Em nota, a Uber disse que está à disposição para auxiliar nas investigações e que a conta do motorista utilizada foi temporariamente desativada assim que a empresa tomou conhecimento da denúncia. A reportagem perguntou se o suspeito não foi banido logo após a primeira denúncia de uma vítima em janeiro deste ano, mas não obteve resposta sobre essa pergunta.
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