Opinião: O papel da atividade física na prevenção e controle do câncer

Recentemente, um consórcio brasileiro de pesquisadores, com apoio de instituições científicas e profissionais de saúde, apresentou recomendações sobre atividade física voltadas para a prevenção e controle do câncer. Segundo Bruno Bedo, há evidências sólidas de que a atividade física reduz o risco de certos cânceres, alivia sintomas relacionados ao câncer e diminui a mortalidade entre sobreviventes. A recomendação atual é manter-se ativo durante e após o tratamento.

Recomenda-se ao menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. Qualquer movimento é benéfico, mesmo que abaixo das recomendações. “A atividade é segura para pacientes com câncer, considerando as especificidades de cada caso. Ao recomendar exercícios leve em conta preferências e disponibilidade, promovendo a atividade física como um hábito para prevenir câncer e melhorar a saúde”, ressalta.

O professor conta que essas são as primeiras diretrizes estruturadas e fundamentadas em pesquisa para atividade física na prevenção e controle do câncer no Global South, posicionando o Brasil de forma significativa na cena internacional. “O objetivo é que essas diretrizes orientem os profissionais de saúde a incentivarem a atividade física, buscando reduzir o sedentarismo na população e entre sobreviventes de câncer no Brasil. Essa ação visa também a impulsionar futuras políticas, programas e iniciativas que valorizem a atividade física, com foco especial nos sobreviventes de câncer”, afirma.

*Bruno Luiz de Souza Bedo atualmente é professor do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. Desenvolve pesquisas no âmbito de Ciência de Dados Aplicada ao Esporte; Tecnologia Aplicada ao Esporte; Análise de Desempenho; Biomecânica e Controle Motor Aplicado ao Esporte; Métodos Computacionais para Análise do Movimento Humano.