O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, manifestou sua disposição de liderar as nações do G7 na defesa de uma maior proteção para os jornalistas.
Para Carlos Eduardo Lins da Silva, qualquer iniciativa nesse sentido deve ser comemorada, sobretudo se Kishida propuser medidas concretas de auxílio e proteção aos profissionais da imprensa.
Neste caso específico, porém, Lins da Silva observa que o primeiro-ministro japonês está dando ênfase ao episódio envolvendo um repórter do The Wall Street Journal, preso na Rússia sob acusação de espionagem, uma suspeita que, de resto, é sempre recorrente quando se trata de jornalistas, e que recai principalmente sobre correspondentes.
“Governos que são autoritários ou antidemocráticos, ou ditaduras, costumam utilizar a acusação de espionagem sem que isso seja necessariamente verdadeiro”, diz Lins da Silva.
“O que importa mesmo é que haja instrumentos internacionais para defender aqueles jornalistas que são, de fato, jornalistas e que estão cumprindo com a sua obrigação.” Disso se constata que a profissão de jornalista está cada vez mais perigosa de ser exercida, como comprova relatório divulgado pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas, o qual vale para a União Europeia, cujos países, em sua maioria, são democráticos. O documento mostra que é cada vez mais difícil exercer a profissão de jornalista na própria comunidade europeia de nações.
“Uma das coisas que se faz muito é a utilização de processos legais, movidos contra jornalistas, para atrapalhar a sua missão, isso acontece também no Brasil […] por isso que a decisão do primeiro-ministro japonês é importante, se ele realmente a levar a sério, se ele a levar para atitudes concretas e não apenas retóricas”, sublinha o colunista.
Professor Carlos Eduardo Lins da Silva
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