Passa de mil o número de mortos no Marrocos devido a um poderoso terremoto de magnitude 6,8 que abalou o Marrocos na noite de sexta-feira (8), espalhando o pânico na cidade turística de Marrakech, perto do epicentro, segundo um novo relatório oficial divulgado neste sábado (9).
O terremoto, que aterrorizou a população que fugiu de suas casas no meio da noite, deixou mais de mil mortos, 672 feridos, 205 deles em estado grave, segundo o Ministério do Interior.
Indicou ainda que mais de um terço das mortes (394) foram registradas em Al Hauz, província epicentro do terremoto, e em Tarundant (271), mais ao sul.
O sismo provocou o desabamento de vários prédios nessas duas províncias, no sudoeste do país.
O choque foi sentido até na capital Rabat, a centenas de quilômetros de distância, e em cidades costeiras como Casablanca ou Essaouira, até mesmo no país vizinho, a Argélia, onde as autoridades descartaram danos ou vítimas.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto foi de magnitude 6,8 e ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilômetros, com epicentro 71 quilômetros a sudoeste de Marrakech às 23h11, horário local (19h11 no horário de Brasília).
"Sentimos um choque muito violento, percebi que era um tremor", disse Abdelhak el Amrani, um morador de Marrakech, de 33 anos, à AFP em entrevista por telefone.
"Eu vi os prédios se movendo. Não temos reflexos para esse tipo de situação. Então saí e havia muitas pessoas lá fora. As pessoas estavam em choque e em pânico. As crianças choravam, os pais estavam desamparados", disse Amrani.
A mídia marroquina informou que este é o terremoto mais poderoso registrado neste reino no norte da África.
O Ministério do Interior afirmou que as autoridades mobilizaram “todos os recursos necessários para intervir e ajudar nas zonas afetadas”.
Os hospitais de Marrakech registaram um “fluxo maciço” de feridos e o centro de transfusão de sangue local lançou um apelo à população para que faça doações.
Vídeos gravados em Marrakech mostram moradores deixando edifícios aterrorizados em meio ao tremor, destroços caindo de casas em vielas estreitas e veículos cobertos de pedras.
Um delas mostra o minarete de uma mesquita que desabou na famosa praça Jemaa el Fna, no coração de Marrakech, causando ferimentos a duas pessoas.
Um correspondente da AFP viu centenas de pessoas reunidas nesta praça emblemática para passar a noite ali com medo de tremores secundários. Alguns com cobertores e outros dormiam diretamente no chão.
“Estávamos caminhando por Jamaa el Fna quando a terra começou a tremer, foi realmente uma sensação assustadora”, disse à AFP na praça Houda Outassad.
"Estamos sãos e salvos, mas ainda em estado de choque”, acrescentou esta moradora, que perdeu dez familiares em Ijoukak, uma aldeia rural em Al Haouz.
Mimi Theobald, uma turista inglesa de 25 anos, estava com alguns amigos prestes a comer sobremesa na esplanada de um restaurante "quando as mesas começaram a tremer, os pratos a voar. Entramos em pânico".
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