Três cidades do interior do Nordeste - Caruaru (PE), Garanhuns (PE) e Sobral (CE) - se destacam no ranking das cidades mais competitivas do Brasil. Os dados são do Ranking de Competitividade dos Municípios, divulgado nesta quarta-feira (23). O estudo revelou que os municípios entraram no seleto grupo das 200 cidades mais competitivas do país.
O ranking elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) analisa 410 municípios com mais de 80 mil habitantes nas cinco regiões do Brasil, a partir de 65 indicadores distribuídos em 13 pilares temáticos e três dimensões consideradas fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos municípios brasileiros.
Garanhuns se destacou no estudo por ser o município que mais avançou no Nordeste entre os 200 mais competitivos e ganhou 59 posições de 2022 para 2023, ocupando a posição 195 no ranking deste ano. A cidade se destacou nos pilares de segurança pública, sustentabilidade social e inovação.
Sobral também subiu no top 200 neste ano, na posição 136. A cidade é reconhecida pela qualidade da educação pública e também se sobressaiu nos pilares de eficiência da máquina pública, capital humano e mobilidade urbana.
Já Caruaru, que ocupa o número 181 no ranking, é a maior cidade do agreste pernambucano e tem uma economia diversificada, baseada no comércio, na indústria e na agricultura. A cidade se destacou nos pilares de dinamismo econômico, solidez fiscal e saneamento.
O Nordeste tem 90 cidades avaliadas no levantamento e fica atrás somente do Sudeste na quantidade de municípios analisados. Embora alguns municípios tenham avançado no estudo, muitos ainda figuram nas últimas colocações. O número de cidades entre as 200 mais competitivas do país aumentou para nove, mas o grupo ainda é muito pequeno.
BAHIA DESPENCA: A Bahia perdeu sete posições no ranking. O estado aparece na 24ª posição, quando no ano passado estava em 17º. Ao Estado de S. Paulo, Lucas Cepede, gerente de competitividade do CLP, avaliou que a Bahia teve quedas expressivas nos quesitos de capital humano, eficiência da máquina pública, inovação e sustentabilidade ambiental.
A Bahia é o pior estado do Nordeste no ranking. Os únicos três estados abaixo da Bahia na lista são do Norte do país: Roraima, Amapá e Acre.
Dos dez indicadores medidos no estudo, a Bahia só melhorou em dois e despencou da 17º posição, no ano passado, para o 24º lugar. Para além de fatores econômicos, os pilares analisados apontam para uma realidade difícil: a qualidade de vida no estado vem se degradando e é a pior do Nordeste.
A queda vertiginosa da Bahia em duas edições do ranking é explicada pela piora no desempenho em seis dos dez pilares analisados pelo estudo. Os quesitos capital humano, eficiência da máquina pública, inovação e potencial de mercado foram os que mais puxaram o estado para o final da lista, ficando a frente apenas de Roraima, Amapá e Acre. Ou seja, a Bahia tem a pior competitividade entre todos os estados na região NE. Para montar o ranking, o CLP utiliza 36 bases de dados de instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Banco Central.
“O que chamou atenção é que a Bahia teve grandes quedas significativas. Foram 17 colocações em capital humano e cinco em eficiência da máquina pública. Mesmo o estado tendo melhorado em dois indicadores, eles não compensaram, o que explica a queda de sete posições”, analisa Lucas Cepeda, gerente de competitividade do Centro de Liderança Pública. O desempenho do estado foi tão ruim que cálculos precisaram ser refeitos porque pareceram equivocados inicialmente. “Essa grande volatilidade chama atenção”, pontua Cepede.
Segundo o estudo, a Bahia tem o pior índice de capital humano do país. Dentro desse pilar estão fatores como o nível educacional da mão de obra, aspectos ligados à inserção no mercado de trabalho e os impactos sobre a produtividade da economia. O estado tem ainda a pior inserção econômica do país - proporção de ocupados em relação à População Economicamente Ativa (PEA). O dado mais recente do IBGE sobre inserção, do segundo trimestre deste ano, aponta que dentre todas as pessoas em fase produtiva na Bahia, 86,6% trabalham. O que significa que mais de 928 mil pessoas estão desocupadas.
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