Representantes de produtores rurais, do setor logístico e das secretarias estaduais da Infraestrutura e Casa Civil da Bahia participaram de agenda convocada pelo secretário da Agricultura do Estado, Wallison Tum, para discutir os gargalos que afetam o setor agropecuário baiano e apontar caminhos para superá-los.
O encontro, realizado na sede da Seagri, em Salvador, contou com mais de 15 participantes, que elencaram entraves na logística de insumos e escoamento da produção) e a demanda refreada de energia elétrica, que é o principal fator impeditivo para expansão do setor do agronegócio no Estado.
De acordo com o secretário, o objetivo do encontro foi "ouvir o produtor, que está lá na ponta e sente as dificuldades do setor, assim como os agentes logísticos e outras áreas do governo, para que, assim, possamos discutir e apontar caminhos que permitam que o agronegócio da Bahia coloque todo seu potencial em jogo, gerando cada vez mais riquezas, emprego, renda e impacto social para os baianos".
Em suas falas, os representantes do agronegócio destacaram dois grandes desafios a serem superados: estradas e disponibilidade energética. Produtor de algodão, uva e grãos em Barreiras, no oeste baiano, Moisés Schmidt reforça a necessidade de poder público e empresários passarem a dialogar e buscar, juntos, soluções para levar, de forma mais rápida, opções para sanar essas duas carências.
"Primeiro, quero parabenizar a secretaria da Agricultura, na pessoa do secretário Wallison Tum, por essa iniciativa de chamar a cadeia produtiva do agro para discutir tal tema. Esse foi o ponto de partida para superarmos um desafio enorme. O agro baiano pode crescer ainda mais, mas requer alguns investimentos, como estradas, ferrovias, portos e maior facilidade de acesso à rede elétrica. Sem energia nas propriedades, não há como produzirmos nada", pontuou Schmidt.
Do encontro desta terça-feira ficou definida a organização de um documento, que será entregue ao governador Jerônimo Rodrigues e ao Governo Federal, contendo as demandas relacionadas à logística e à energia. Atores das mais diversas cadeias produtivas vão contribuir para a confecção do relatório.
Produtor de uvas no Vale do São Francisco, região norte da Bahia, Evandro Mascarelo faz coro com os demais produtores quanto à necessidade de expansão da rede elétrica para atender propriedades rurais e também de mais opções logísticas. "Nossa empresa tem exportado uva pelos portos de Recife e Rio Grande do Norte, devido às deficiências portuárias da Bahia, o que encarece o frete e retira recursos que seriam, por exemplo, para pesquisas e contratação de pessoal".
Integração Minério-Grãos - Outro ponto discutido no encontro promovido pela SEAGRIi foi o uso de corredores logísticos ferroviários destinados à mineração para escoamento de grãos. Essa integração pode criar novas rotas para levar a produção graneleira aos portos baianos, gerando economia no frete, dando maior competitividade ao agronegócio local e garantindo menor emissão de poluentes na atmosfera. A integração no transporte ferroviário para grãos, insumos e minérios é essencial, transportando em grandes volumes e reduzindo custos.
Participaram da agenda representantes das Secretarias Estaduais da Infraestrutura (Seinfra), da Casa Civil, da CS Portos, que administra o Porto de Aratu, USUPort (Usuport - Associação de Usuários dos Portos da Bahia), da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), CNPQ e Companhia Baiana de Pesquisa Mineral.
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