Construir junto às organizações da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA-Bahia) os processos de retomada das políticas da Convivência com o Semiárido e preparar a ASA-Bahia para o Encontro Nacional de 2024, que acontecerá na região do baixo São Francisco, nos estados de Alagoas e Sergipe, foram alguns dos objetivos do Encontro Estadual da ASA-Bahia, realizado nos dias 7 e 8 de agosto em Feira de Santana-BA.
O Encontro reuniu cerca de 90 representantes de 34 organizações filiadas à ASA-Bahia, possibilitando debates e planejamento de ações e incidência política em prol da Convivência com o Semiárido. Durante o evento, foi apresentado um panorama das ações estratégicas e experimentações com tecnologias de Saneamento Rural implementadas em diferentes regiões da Bahia.
O debate político de Saneamento Rural tem pautado: Abastecimento de água potável; Manejo de resíduos sólidos; Manejo de águas pluviais e coleta e tratamento de esgotos (águas fecais, águas cinzas e águas totais). Este último, permite o reúso dos esgotos para a produção, além da recuperação de áreas degradadas.
A ASA também considera a comunicação como uma estratégia formativa e política importante para alcançar os objetivos da articulação em favor das famílias rurais do Semiárido. Diante a relevância da comunicação, foi construída a linha do tempo deste coletivo. O integrante da coordenação estadual da Asa, Naidison Baptista, destacou que através da comunicação foi possível mudar a narrativa sobre o Semiárido, comunicando um Semiárido verde, que produz comida, que é bonito e viável.
A comunicadora do Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb), Jacqueline Viana, que participou pela primeira vez do Encontro, falou um pouco sobre como foi a experiência. "Conheci pessoalmente os outros comunicadores/as que fazem parte da comunicação da ASA-Bahia e pude estar mais envolvida no discurso político que envolve a Articulação Semiárido Brasileiro, a articulação de projetos, e de como a comunicação pode colaborar até nos princípios que a ASA acredita".
A representante da Rede Pintadas, Maria Margarida Ferreira, também participou pela primeira vez do Encontro Estadual da ASA-Bahia, ela destaca que o momento foi muito significativo. "Eu conhecia a ASA pelas redes sociais, pelos informativos, mas não imaginava que a ASA-Bahia, que essa rede tinha uma força tão grande na articulação de políticas públicas para o Semiárido e na efetivação dessas políticas. Então, para nós da Rede Pintadas, estar filiada à ASA é um ganho espetacular, porque a gente precisa se articular, se aliar a parceiros que de fato consigam efetivar as tecnologias para o nosso Semiárido e as políticas públicas necessárias para a nossa região”.
A Associação Comunitária Mantenedora da Escola Família Agrícola de Sobradinho (AMEFAS), que promove uma educação contextualizada para os jovens do campo, a partir da Convivência com o Semiárido, também marcou presença no Encontro. O representante Bruno Silva, destacou a importância da Associação se fazer presente nesta articulação. "A participação nesse encontro é muito importante, pois nós discutimos diversos temas, promovemos diversos diálogos do ponto de vista político, sobretudo, para a população rural, nossos jovens do campo, nossos agricultores/as familiares".
Sobre a construção da linha do tempo, como uma preparação para o ENCONASA, Naidison Baptista, ressaltou a importância dessa ferramenta. "Fazer linha do tempo em qualquer momento da vida das pessoas e das instituições é importante, porque a gente rememora o nosso caminho. Quando a gente tá fazendo a linha do tempo da ASA-Bahia, a gente tá vendo como a ASA nasceu, com as suas dificuldades, como superou essas dificuldades, qual foi o seu ponto alto no processo de Convivência com o Semiárido, como enfrentou as adversidades do governo Bolsonaro e continuou viva", pontuou.
Naidison chama a atenção ainda, que "a linha do tempo é para gente resgatar todo esse processo. (...) A gente faz isso para se alimentar, ou seja, a gente olha como a gente andou, olha o que a gente fez, que não foi pouco. A gente olha para trás pra ter a capacidade de olhar para frente. A linha do tempo tem que dizer pra gente assim, nós vamos continuar, nós vamos seguir o caminho, a gente não pode abandonar a perspectiva da Convivência com o Semiárido".
Sobre o Encontro, o integrante da coordenação nacional, Cícero Félix, ressalta que "O Encontro traz pra gente uma perspectiva muito boa que é tá se reencontrando presencialmente; as organizações da ASA retomando as suas ações ao longo da sua trajetória. Pra gente é um encontro de recarregar as energias, recarregar as baterias para as próximas ações que a ASA deve estar construindo junto com as comunidades nos próximos tempos".
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