A ozonioterapia em animais ganha destaque no cenário terapêutico veterinário, após o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) regulamentar, por meio da RESOLUÇÃO Nº 1364 em outubro de 2020, a indicação, a prescrição e a aplicação dessa técnica, considerando-a como atividade clínica privativa do médico-veterinário. A recente liberação da ozonioterapia para uso em pessoas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também trouxe à tona a importância dessa prática para a saúde animal, a qual já vem sendo aplicada desde 2020.
"A ozonioterapia em animais representa um avanço significativo na medicina veterinária, proporcionando tratamentos complementares associados a outras terapias, que são eficazes para diversas condições de saúde. A regulamentação do CFMV demonstra o reconhecimento da segurança e eficácia dessa terapia para nossos amigos de quatro patas", afirma a Médica Veterinária, Gisele Barreto.
A ozonioterapia é um procedimento terapêutico que se baseia na aplicação de ozônio medicinal, uma mistura gasosa composta por oxigênio e ozônio, devidamente regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa técnica tem sido utilizada para tratamentos complementares em humanos e, com a regulamentação do CFMV, ganhou respaldo para aplicação em animais de estimação e outros animais, oferecendo uma nova abordagem terapêutica para diversos problemas de saúde.
De acordo com a Anvisa, o ozônio possui propriedades bactericidas e poder oxidante, podendo ser utilizado para desinfecção de objetos, tratamento de reservatórios de água e, na área da Odontologia, no tratamento de cáries, periodontite, canais dentários e recuperação de tecidos após cirurgias na boca.
Em animais, a ozonioterapia tem demonstrado resultados positivos em diversas situações clínicas, como redução da agregação plaquetária, melhora da circulação local, efeito anti-inflamatório, antálgico e imunomodulador, além de atuar como bactericida, fungicida e virucida. Essa terapia complementar pode ser indicada para tratar doenças do disco intervertebral, osteoartrites, tendinopatias, infecções, feridas contaminadas, doenças inflamatórias crônicas, diabetes, doenças isquêmicas, entre outras.
Contudo, o CFMV alerta para algumas contraindicações, como o cuidado com animais senis, debilitados ou com elevado estresse oxidativo, onde a ozonioterapia deve ser aplicada de forma cuidadosa para não agravar o quadro clínico do animal.
"A ozonioterapia em animais requer acompanhamento e avaliação cuidadosa por profissionais qualificados para garantir sua segurança e eficácia nos diferentes casos clínicos", reforça Gisele Barreto, que também é professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Excelência - Unex, em Feira de Santana.
A liberação da ozonioterapia pelo governo Lula e a regulamentação do CFMV demonstram o crescente interesse e reconhecimento da eficácia dessa prática terapêutica, tanto em humanos quanto em animais. A adoção dessa técnica oferece novas possibilidades de tratamento e cuidados com a saúde dos animais, proporcionando melhor qualidade de vida e recuperação mais rápida em muitos casos.
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