O ex-vereador Zico Bacana e o irmão foram mortos na segunda-feira (7) em um ataque a tiros em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. Segundo testemunhas, um carro passou com homens armados atirando na direção da padaria onde eles estavam, na esquina das ruas Eneas Martins com Francisco Portela.
O ex-vereador foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, mas não resistiu. O irmão dele, Jorge Tavares, foi levado para o Hospital Carlos Chagas, mas também morreu.
Segundo as primeiras informações, os dois estavam com um segurança. Ele teria sido baleado no braço e na perna e também levado para o Carlos Chagas.
Além de Zico Bacana e do irmão, a polícia confirmou que uma terceira pessoa foi morta. Marlon Correia dos Santos estava passando pelo local e acabou atingido pelos disparos.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Na ocasião, ele afirmou, em entrevista ao Bom Dia Rio, que foi baleado de raspão na cabeça em um bar em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte, depois de um dia de campanha. Ninguém foi preso pelo crime.
Zico Bacana era o nome político de Jair Barbosa Tavares. Ele tinha 53 anos e foi vereador entre 2017 e 2020, pelo PHS. No último pleito, concorrendo pelo Podemos, ficou como suplente.
Em seu perfil nas redes sociais, ele se apresentava como paraquedista e policial militar.
Zico Bacana foi investigado pela CPI das milícias, citado como chefe de uma milícia. Em entrevista ao "Profissão Repórter", ele negou ser miliciano.
"Negativamente. Nunca. Nunca fiz parte (...) O policial militar é perseguido por usar farda e estar sempre no dia a dia com a população, é o que mais é visado", disse.
Em 2018, chegou a ser ouvido como testemunha nas investigações do caso Marielle, que participou da CPI da Milícias – não há indícios de qualquer participação dele no crime.
"Informei o máximo que pude, da melhor forma. O que fizeram com a nossa colega não era para acontecer. Peço para que as pessoas que saibam alguma coisa que liguem para o Disque Denúncia. O anonimato é garantido. Vamos ajudar. Faço parte da cúpula da Polícia Militar e estou nessa para defender a conduta da menina, que Deus a tenha. Me colocaram nisso", afirmou.
De acordo com as denúncias que chegaram à Alerj na CPI das milícias, Zico Bacana era chefe de uma milícia que atuava nos bairros de Guadalupe, onde foi atacado, e Ricardo de Albuquerque. As denúncias indicam que ele controlava uma milícia na comunidade Eternit, em Guadalupe, e que teria ligações com a milícia da Palmeirinha, em Honório Gurgel, que seria controlada pelo também PM Fabrício Fernandes Mirra, o "Mirra".
Zico Bacana nunca foi condenado pelo crime.
Inicialmente, ele foi candidato a vereador pelo PSDC (Partido Social Democrata Cristão). Teve 3,3 mil votos, mas não se elegeu.
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