O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá posse nesta quinta-feira (3) ao deputado federal Celso Sabino (União-PA) como ministro do Turismo, em cerimônia no Palácio do Planalto. O evento começou pouco antes das 11h45.
A cerimônia de posse contou com a presença dos deputados André Fufuca (PP-AL), Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os dois primeiros são cotados para assumir ministérios na reforma que o governo pretende fazer para atrair partidos do Centrão (veja mais abaixo).
Sabino já vinha trabalhando como ministro há mais de duas semanas. A nomeação no 'Diário Oficial' foi publicada no dia 14 de julho, após quase dois meses de negociações entre o União Brasil e o Palácio do Planalto.
O novo ministro substituiu Daniela Carneiro (União-RJ), que reassumiu o mandato de deputada federal.
Sabino e Daniela são filiados ao União Brasil, porém, Carneiro solicitou em abril ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar a sigla. Em razão do pedido, ela perdeu o apoio do União, que indicou a Lula o nome de Sabino.
No discurso de posse, o ministro disse que terá entre suas metas ampliar a participação do turismo no PIB e o número anual de visitantes estrangeiros, que está na faixa de 6,3 milhões, segundo dados de 2019.
Segundo Sabino, as ações da pasta devem dialogar com a preservação ambiental.
"Presidente, é uma honra para mim, minha família e meu estado do Pará estarmos assumindo compromisso que o senhor passou de fazer do turismo uma ferramenta de desenvolvimento sustentável."
O ministro também afirmou que apresentará a Lula um plano de desenvolvimento do turismo. O ministro quer incentivar paradas programadas de quem viaja de avião, as chamadas "stopovers".
"Vamos estimular o stopover, a partir de parcerias entre companhias aéreas brasileiras e estrangeiras", disse.
Apoio do União Brasil ao governo
Em entrevista a jornalistas após a cerimônia, o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), evitou cravar que o partido faça parte da base do governo no Congresso.
"Quem pode falar sobre isso é o presidente do partido. Falo sobre a bancada. A bancada, [nós] temos as dificuldades de ter uma parte majoritária que tem acompanhado, mas também tem que respeitar aqueles que têm diferenças regionais ou ideológicas", afirmou.
O deputado Luciano Bivar, presidente do União Brasil, afirmou que a entrada de Sabino reforça o empenho do partido na governabilidade, mas que não assegura apoio integral ao Planalto.
"Essa posse do Celso Sabino é muito emblemática com a junção, com o apoio do União Brasil ao governo. Isso não significa que dogmaticamente esteja com o governo", disse.
"A qualificação do Celso Sabino vai fazer com que haja mais apoio as pautas que dizem respeito ao governo", acrescentou
Base parlamentar
Lula fez a mudança na equipe ministerial, a segunda desde que tomou posse, para tentar ampliar sua base parlamentar no Congresso Nacional. O governo tem atualmente 37 ministérios.
O presidente negocia outras mudanças em ministério com PP e Republicanos, partidos do Centrão, bloco que tradicionalmente apoia governos em troca de cargos e recursos do orçamento federal.
Lula ainda não definiu quais ministérios oferecerá aos partidos. Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) são os favoritos para assumirem postos na Esplanada.
A demora na definição ameaça a votação, na Câmara dos Deputados, da nova regra fiscal, um dos principais projetos do governo neste ano.
Celso Sabino
Deputado federal eleito pelo Pará, Celso Sabino tem 44 anos. O novo ministro é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e foi apoiador de Jair Bolsonaro (PL) no governo passado.
A aproximação do parlamentar com Lira e Bolsonaro foi um dos fatores de desgaste do parlamentar com o PSDB, sigla que integrava.
A boa relação com Lira e com o líder do União, Elmar Nascimento (BA), manteve a influência de Sabino mesmo após a troca de governo e o levou ao posto de ministro.
Currículo
Sabino é advogado, administrador e já foi auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do Pará.
Entre 2011 e 2012, pelo extinto PR, Sabino foi suplente de deputado estadual no Pará.
Celso Sabino se filiou ao PSDB em 2013, onde conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa do Pará (2014 a 2018).
No Pará, durante o governo de Simão Jatene (PSDB), ocupou os cargos de secretário do Estado e de Trabalho, Emprego e Renda. Também foi presidente do Instituto de Meteorologia.
Em 2018, foi eleito deputado federal pela primeira vez. Assumiu a cadeira em 2019, então filiado ao PSDB. Foi reeleito para um segundo mandato em 2022.
Durante os anos na Câmara, Sabino deixou o PSDB, se filiou ao extinto PSL, que, ao se fundir com o DEM, virou o União Brasil.
Na Câmara, o deputado já foi:
- líder e vice-líder do PSDB;
- presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO);
- e membro das comissões de Finanças, Fiscalização e Controle, Constituição e Justiça, Meio Ambiente, entre outras.
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