A música é uma linguagem universal que não conhece nem idiomas nem fronteiras. É um dos pilares principais da identidade cultural dos povos, veículo de comunicação capaz de unir na igualdade culturas diferentes sob uma base comum de compreensão e relação.
É por este motivo, a capacidade que a música tem de construir bons sentimentos que o Nordeste recebe, o cantor Humberto Gessinger, de braços abertos nas terras de Luiz Gonzaga (Exu Pernambuco), e Patativa do Assaré-Chapada do Araripe, Patrimônio Dá Humanidade.
O Festival Expocrato acontece simultaneamente à feira agropecuária, entre os dias 09 e 16 de julho de 2023, na região do cariri cearense. Nesta terça-feira (11), um momento especial, a presença no palco do cantor Humberto Gessinger. "Há muito do que se guardar desta noite".
A história todo mundo conhece! Um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones. Mas Humberto Gessinger é essencialmente um multi instrumentista. Talento na veia. Usa poesia, palavras que possuem força e por isto tem o poder da transformação.
Poucos sabem, nos anos 80, ele tocou numa igreja convertida em bar e assistiu a jogos da Copa do México ao lado de Bezerra da Silva e Luiz Ayrão. Imgino a conversa e o ritmo harmonia e melodias que pairou em busca de um mundo melhor.
No ano de 2015, um dos melhores álbuns do ano, InSULar, de Humberto Gessinger, foi indicado ao Grammy Latino, na categoria melhor álbum de rock.
Vi e escutei o DVD. Fiquei emocionado com a harmonia e parceria de Humberto com o mestre da sanfona Luiz Carlos Borges. Eles interpretam Deserto Freezer, com Borges na sanfona. Humberto fala que ele faz uns improvisos tão maravilhosos
A letra diz: "Se é o medo que te move, não se mexa,fique onde está. Se é o ódio que te inspira,não respire o ar viciado deste lugar. Eu tenho medo do medo que as pessoas têm. (...) O mal nasce do medo da escuridão. Nesse deserto freezer,carnaval e solidão andam lado a lado em perfeito estado de conservação. É um navio fantasma, um cemitério de automóveis,é um deserto freezer, zero kelvin, perfeição."
Em seu blog, Humberto, falou sobre a experiência: “Compus, ensaiei, gravei, mixei, lancei… e dei um tempo pra esquecer e tentar ouvir o Insular de forma menos cerebral. Quase sempre é necessário; só às vezes é possível. Cada vez mais, tento viver as paixões em vez de falar delas”.
Viver as paixões! Reportei-me a paixão que Luiz Gonzaga tinha pela música. Andou de mãos dadas com vários ritmos: jazz, blues e rock. Gostava o Rei do Baião de música boa, com ritmo, harmonia e melodia. Luiz Gonzaga nos anos 50 já aplaudia a gravação da pioneira "Baião Rock", gravada por Jair Alves, que recebeu o título de Príncipe do Baião.
Era tamanho o amor paixão tinha pelos ritmos que o instrumentista Zé da Flauta conta que em um dos seus inúmeros contatos com Dominguinhos e Luiz Gonzaga, Zé da Flauta apresentou a famosa balada Starway to heaven, do grupo inglês, para o mestre da sanfona. “Ele prestou bastante atenção e, depois de ouvir a música inteira, elogiou tudo, a melodia"... lembra Zé.
Outro fato aconteceu Durante o tempo em que Zé da Flauta tocou com o Quinteto Violado, a banda fez duas grandes turnês viajando e tocando junto com Luiz Gonzaga. Numa das viagens, feita num ônibus alugado pelo grupo, a rádio tocava uma música de Bob Marley, a qual o Rei do Baião acompanhava o ritmo batendo com o dedo no braço da poltrona. Vendo a cena, Zé da Flauta perguntou: “Curtindo um reggae aí, seu Luiz?”. Ao que o mestre respondeu: “Reggae? Isso é um xote metido a besta, rapaz!”.
Não é por acaso que Raul Seixas disse que havia uma ponte caminho entre o trabalho de Luiz Gonzaga e Elvis Presley.
Na estrada, Humberto Gessinger lançou “Não vejo a hora”, seu vigésimo segundo álbum em 2019. Oito DVDs completam a discografia que renderam oito Discos de Ouro, um Disco de Platina e quatro DVDs de Ouro.
"Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão"...Música é vida. Humberto Gessinger faz movimento melhor da música brasileira atual.
Se é o medo que te move
não se mexa: fique onde está!
se é o ódio que te inspira
não respire o ar viciado deste lugar
se é o medo que te move
não se mexa: fique onde está!
se é o ódio que te inspira
não respire o ar viciado deste lugar
eu tenho medo do medo que as pessoas têm
eu tenho medo do medo que as pessoas têm
o sol nasce pra todos todo dia de manhã
o mal nasce do medo da escuridão
nesse deserto freezer, carnaval e solidão
andam lado a lado em perfeito estado de conservação
é um navio fantasma, um cemitério de automóveis
é um deserto freezer, 0 kelvin, perfeição
eu tenho medo do medo que as pessoas têm
eu tenho medo do medo que as pessoas têm
o mal nasce do medo como o ovo e a galinha
nasce do medo do medo que as pessoas têm
eu tenho medo do medo que as pessoas têm
*Texto: jornalista Ney Vital-colaborador da REDEGN e apresenta aos domingos programa Rádio Cidade FM 95.7 Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos
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