Livro “Além do barro será lançado na quarta-feira (12)

09 de Jul / 2023 às 17h00 | Variadas

O livro “Além do barro: heranças de Vitalino no Alto do Moura do século XXI” será lançado na próxima quarta-feira (12) durante a 23ª Fenearte, feira de artesanato realizada no Centro de Convenções de Pernambuco.

O evento ocorre no Espaço Janete Costa e começa às 17h. A publicação lançada pela Cepe Editora teve origem na pesquisa intitulada “A gente e o negócio do barro: dilemas e perspectivas para a comunidade artesã do Alto do Moura no século XXI”, desenvolvida pelo professor Marcio Sá, que hoje atua na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), entre 2016 e 2019 enquanto ele era docente do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE.

Na obra, são analisadas questões que atravessam a condição artesã neste bairro de Caruaru que é reconhecido pela produção de peças em barro. Naquela época, Márcio morava no Alto do Moura.

Ele contou com a colaboração das professoras Denise Souza e Myrna Lôreto, docentes do CAA-UFPE; da professora Jessica Sousa, que é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Administração da UFPE (Propad); e das egressas do CAA-UFPE Bárbara Leal, Maria Raiza Ferreira, Shirley Kevilen e Tatiane Florêncio.

“Subia e descia diversas vezes a Rua Mestre Vitalino, conversava com artesãos que conviviam com o dilema de se dedicar ao trabalho autoral ou à reprodução de peças em série, ou ainda de abrir um negócio diferente do artesanato, ou mesmo tentar uma ocupação ‘lá na cidade’, como eles dizem. O fato de ter vivido lá me permitiu uma proximidade singular com tais questões, bem como acesso diferenciado aos entrevistados”, ressaltou o professor, em entrevista para a Cepe Editora, responsável pela publicação.

“A proposta do livro é apresentar os principais resultados desta pesquisa sobre a condição de pessoas que seguem no ofício da artesania em pleno século XXI”, destacou Marcio Sá, que também é autor dos livros “Feirantes” (Editora UFPE) e “Filhos das feiras” (Editora Massangana). Ele descreve a nova publicação como um “terceiro esforço de interpretação de parcela da gente, dos negócios e do trabalho no Agreste pernambucano e, por que não dizer, com potencial de inspirar também compreensões sobre outros agrestes Brasil e mundo afora”.

O pesquisador cita questões urbanísticas e econômicas entre os principais desafios para a comunidade: “É preciso política e gestão pública de qualidade para que o Alto do Moura possa melhor se situar no presente, mas é indispensável uma atitude renovada e de enfrentamento dos desafios comunitários. Tudo isso pode significar atualizar, reinventar, ressignificar, enfim, trazer as heranças mais substantivas do Mestre Vitalino, de fato, ao nosso tempo”.

DA PESQUISA ACADÊMICA AO LIVRO – O trabalho de campo para a pesquisa ocorreu de 2016 a 2019. Nos anos seguintes, 2020 e 2021, quando já lecionava no Departamento de Ciências Sociais (DCS) e no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da UFPB, Marcio Sá trabalhou na análise e na organização das informações coletadas e na redação do livro – isso inclui a adaptação da linguagem acadêmica com o intuito de deixar a leitura acessível a “todos os interessados em conhecer os dramas e as tramas que artesãos e suas comunidades enfrentam na contemporaneidade”, garante o docente. “O livro pode interessar ao leitor que deseja compreender como as pessoas seguem enfrentando os desafios e as tensões de sobrevivência simbólica e material neste século”, detalha ele.

Ascom

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