O ex-presidente Jair Bolsonaro disse ter levado uma "facada nas costas" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou, na sexta-feira, à inelegibilidade por oito anos.
Ele estava em um restaurante de Belo Horizonte quando a maioria foi formada a favor da punição. O ex-chefe do Executivo deixou claro, porém, que não está morto e que pretende atuar como cabo eleitoral do PL nas eleições municipais de 2024.
"Há pouco tempo, tentaram me matar em Juiz de Fora (MG). Levei uma facada na barriga. Hoje (sexta), levei uma facada nas costas com a inelegibilidade", afirmou Bolsonaro, que foi à capital mineira para participar do velório do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli. Para o ex-presidente, a Corte o condenou por um "crime sem corrupção".
"Foi um massacre em cima de mim por alguns setores da sociedade. O TSE trabalhou contra as minhas propostas. Fui proibido de mostrar imagens do Lula com o gorro do CPX, no Complexo do Alemão; proibido de fazer live em minha casa; de mostrar imagens do 7 de setembro. Isso é crime? Abuso de poder político? Por defender algo que eu sempre defendi quando parlamentar?", questionou.
Na campanha de 2022, Bolsonaro propagou informações falsas de que o boné com as letras "CPX", usado pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estava ligado a facções criminosas. Na realidade, a sigla significa "complexo" e é utilizada pelos moradores da comunidade. O ex-chefe do Executivo também é acusado de ter aproveitado as celebrações de 7 de Setembro, feriado nacional, para fazer campanha política. A decisão que o tornou inelegível, nesta sexta-feira , porém, foi tomada por causa da reunião que convocou com embaixadores, no Palácio da Alvorada, para criticar o sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar provas.
Bolsonaro ressaltou que foi condenado pelos ataques às sedes dos Três Poderes. "Dia 30 (de dezembro), eu saí do Brasil, e, infelizmente, ocorreu o 8 de janeiro. Quem fala em golpe, não sabe o que é golpe. Com todo o respeito, é um analfabeto político. Ninguém vai dar golpe com senhorzinhos e senhorinhas com bandeira do Brasil", argumentou. "Lamentamos a depredação do patrimônio público ocorrido. E as pessoas que fizeram isso têm que arcar com suas responsabilidades."
Futuro-Em relação ao futuro político, Bolsonaro comentou o plano de ser cabo eleitoral para o PL nas eleições municipais de 2024 — ele chegou a anunciar que se candidataria a vereador pelo Rio de Janeiro. O ex-presidente está fazendo uma série de viagens pelo país para fortalecer os postulantes locais do partido.
"A gente vai continuar trabalhando. Não estou morto. Devemos fazer alguns prefeitos. Não é o fim da direita no Brasil. Antes de mim, ela existia, mas não tinha forma. Agora, começou a ganhar materialidade", avaliou.
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