Uma embarcação pesqueira naufragou na costa de Santa Catarina na noite de sexta-feira, 16, horas após um ciclone extratropical passar pelo Rio Grande do Sul e parte do litoral sul catarinense.
Informações iniciais recebidas pelas autoridades davam conta de doze tripulantes, mas a Marinha atualizou o balanço para oito desaparecidos no fim da manhã.
As buscas foram iniciadas por volta das 21h30 pela Capitania dos Portos, mas ainda não foi feito nenhum resgate. O naufrágio ocorreu nas imediações da Ilha do Coral, no litoral sul catarinense. No Rio Grande do Sul, o fenômeno já havia causado enxurradas e deslizamentos, com sete mortos e ao oito desaparecidos.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, diante do fato de o acidente ter ocorrido a uma distância grande da costa, só a Marinha tem embarcações adequadas para percorrer alguns dos possíveis pontos do acidente. Inicialmente, a informação é de que a tragédia teria ocorrido nas imediações de Garopaba, mas novas apurações mostram que foi a aproximadamente 160 quilômetros da costa, partindo do norte da Ilha
Em algumas áreas da zona de resgate, só a Marinha tinha embarcações disponíveis para fazer as buscas. Os bombeiros usam outro barco e um helicóptero para monitorar outros trechos. Um navio de pesquisa da região também dá apoio à operação, inclusive com o uso de um radar.
Na quinta-feira, 15, a Marinha do Brasil emitiu alerta de vento forte para o perímetro de toda a costa do Rio Grande do Sul até Laguna, no litoral sul de Santa Catarina. O aviso de rajadas é válido até este sábado, 17.
Além disso, na terça-feira, 13, também foi publicado um alerta de ressaca, com ondas de até 3,5 metros, para a área que abrange todo o litoral gaúcho até Florianópolis. É válido até este sábado, 17.
A passagem do ciclone deixou ao menos cinco mortos no Rio Grande do Sul, nos municípios de São Leopoldo, Gravataí e Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, e Maquiné, no litoral norte. Ainda são realizadas buscas por 11 desaparecidos em Caraá, no litoral norte, e Maquiné.
Mais de 2,3 mil pessoas precisaram ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros de residências, unidades de saúde e outros espaços. A corporação registrou mais de 1,5 mil ocorrências.
A Defesa Civil gaúcha emitiu alerta para risco de deslizamentos e inundações diante das cheias dos Rios Caí, Sinos, Gravataí e Guaíba. Moradores de diferentes cidades estão desabrigados, desalojados e ilhados. O funcionamento de serviços públicos, escolas e eventos também foi interrompido, suspenso ou afetado.
Na noite de sexta-feira, o governo Eduardo Leite (PSDB), disse que a prioridade é “encontrar os desaparecidos e salvar pessoas que possam ainda estar ilhadas por causa das inundações”. “Paralelamente a isso, vamos avaliar os danos em pontes, estradas e moradias para que possamos atuar na recuperação destas estruturas”, completou em postagem em rede social.
Em Santa Catarina, a passagem do ciclone também impactou em diferentes municípios no litoral sul. Um dos mais afetados foi Praia Grande, onde moradores ficaram ilhados por mais de 18 horas até serem resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, ao menos 60 dos desalojados foram encaminhados para um ginásio local.
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