A união entre um grupo de voluntários e agricultores está recuperando fontes de água natural em uma das regiões que mais sofrem com a seca em Pernambuco. Cinco amigos e uma missão: salvar as nascentes no Agreste de Pernambuco, onde a escassez de água faz parte do dia a dia dos moradores.
“Por a gente ter amor à natureza e a gente querer o bem da sociedade, a gente precisa de fato contribuir, dar essa parcela de contribuição aos proprietários que querem uma nascente recuperada”, diz o agricultor Iralto Gomes de Melo.
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No município de Correntes, voluntários se uniram pra minimizar os efeitos da seca. “Cerca de 500 famílias já foram beneficiadas pelo nosso projeto. [Foram] mais de 100 milhões de litros de água. [A sensação é] de dever cumprido, e que ainda tem muito pela frente”, afirma José Júnior Matias, engenheiro civil.
O agricultor Antônio Melo mostra o caminho. É neste pedaço de mata que fica a nascente sufocada pela terra que foi se acumulando ao longo dos anos. As pedras que vão servir para filtrar a água e forrar o solo da pequena barragem que protege a nascente passam de mão em mão.
A tecnologia é simples. A ideia é que os agricultores aprendam com os voluntários e passem a ensinar aos vizinhos.
“O processo em si, ele vai fornecer água tratada de primeira qualidade pra população nativa aqui da região, tanto para os animais silvestres e para os domésticos de casa. É qualidade de vida para o ser humano e o animal”, diz o gestor ambiental Fábio Jr. Lima.
Assim como as nascentes garantem prosperidade onde são preservadas, o trabalho dos voluntários produz resultados e muda o cenário ao redor.
Em pouco mais de seis anos, 80 nascentes foram recuperadas em Correntes (PE) e em mais três municípios vizinhos. Em cada uma delas, a natureza recebe de volta o bem mais precioso da terra seca e responde com generosidade.
Em menos de duas horas, mais uma nascente é recuperada. Água garantida para as 12 pessoas da família. José, de 4 anos, inaugura o banho de mangueira.
Antônio aprendeu que, para ter água, precisa cuidar da mata. “Nós vimos o sofrimento quando ela faltou aqui para nós naquela seca que foi um sofrimento pra gente toda, a família”, diz o agricultor.
“O que a gente é sem água? Morar na zona rural e ter uma nascente dessas é uma riqueza”, afirma Maria Alves, agricultora e sobrinha de Antônio.
No sítio de Carlos Batista de Oliveira, nem parece a mesma nascente de cinco meses atrás, que só produzia um filete d’água. Agora, a água sai com força da torneira.
“Não faltou mais? –Não. E é água boa? –De primeira, água mineral. E o coração, como é que fica? –Emocionado. É muita alegria, com certeza. (...) É uma mina de ouro. É uma mina de ouro”, diz Carlos.
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