Com o disco "Moacir de todos os santos" na bagagem, o saudoso maestro Letieres e sua Orkestra Rumpilezz saíram vitoriosos na categoria Melhor Grupo Instrumental no Prêmio da Música Brasileira.
A premiação reuniu músicos de todo o país na noite da última quarta, 31 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ao todo foram 31 categorias e a cantora maranhense Alcione foi a homenageada da edição.
Lançado em 2022 pela gravadora carioca Rocinante, o álbum "Moacir de todos os santos" ganhou vida em vinil, com 7 faixas. Entre as participações especiais, nomes como Caetano Veloso, Raul de Souza (trombone), Joander Cruz (saxofone alto) e Marcelo Martins (saxofone tenor). O disco foi gravado no estúdio da Rocinante em Araras, na região serrana do Rio de Janeiro, e teve produção musical de Letieres Leite, Sylvio Fraga e Pepê Monnerat.
Letieres foi vítima da Covid-19 aos 61 anos, no auge de suas forças criativas. Ele deixou um buraco na música brasileira, para muito além de seus próprios projetos com a Orkestra Rumpilezz e seu Quinteto. "Letieres foi um revolucionário, tanto na música quanto em sua luta antirracista. A envergadura de sua pesquisa em torno do sistema de claves das matrizes africanas, somado à sua capacidade de colocá-las em prática como instrumentista, arranjador e professor, é sem paralelo. Foi um vanguardista profundamente enraizado na ancestralidade", comenta o músico e poeta Sylvio Fraga, amigo de Letieres e diretor artístico da Rocinante.
Letieres faleceu logo após a mixagem do disco, mas chegou a escutar a última música em Salvador, por videoconferência. A gravadora Rocinante antecipa que há outros projetos inéditos de Letieres em processo de finalização que em breve irão se somar ao já incontornável legado do maestro.
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