Depois de uma maratona de eventos internacionais do Lide — Grupo de Líderes Empresariais, em que ouviu empresários e autoridades, com o Brasil como centro das discussões, o ex-governador de São Paulo João Doria avalia que o governo ainda não encontrou o ponto de diálogo com o empresariado e faz um apelo: "Vamos olhar para frente.
Vamos colocar o Brasil olhando para frente, nada de ficar olhando no retrovisor, fazendo críticas ao passado, não vão perder mais tempo com isso". Cita, especialmente, o agronegócio: "Não pode haver uma visão de que o agro é bolsonarista, é isso ou aquilo. O agro é do Brasil. É preciso que o governo também compreenda isso e tire completamente da pauta questões ideológicas, partidárias, políticas e a visão do passado", diz.
Nesta entrevista ao Correio, Doria considera que, para que esse diálogo ocorra, Lula precisa estar mais presente no Brasil ou delegar mais ao vice, Geraldo Alckmin, experiente, que governou São Paulo por 16 anos. Doria elogia a postura do governo na área ambiental. Falou das dificuldades de negociação entre governo e Congresso e elogiou a decisão de Lula de priorizar a agenda ambiental. "Brasil deu um salto numa pauta onde a deficiência era total. O Brasil era um zero à esquerda", disse, ao lembrar-se da "vergonha" que passou, por ser brasileiro, na Cúpula do Clima de Glasgow, quando o presidente era Jair Bolsonaro.
Ainda cético em relação ao futuro do centro político e decidido a não voltar mais à vida pública, João Doria evita falar do PSDB. Mas revela quem apoiará, no ano que vem, para prefeito de São Paulo e dá um conselho ao governador, Tarcísio de Freitas: "Se afaste dos extremos".
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