Ex presidente Bolsonaro diz não ver possibilidade de ser preso e nem de se tornar inelegível

19 de May / 2023 às 11h04 | Variadas

Após prestar o terceiro depoimento à Polícia Federal no período de dois meses, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz ser vítima de perseguição. Em entrevista à Veja, divulgada nesta sexta-feira (19/5), ele afirmou que o entorno dele está sendo monitorado desde 2021. "O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho", disse.

Questionado sobre o receio de ser preso, Bolsonaro falou que não vê motivos para prisão. No entanto, sem citar nomes, o ex-presidente disse que há pessoas que querem prendê-lo para carimbá-lo "com a pecha de ex-presidiário". O político também citou o caso da ex-presidente Jeanine Áñez, na Bolívia. "Mas é bom não esquecer o que aconteceu na Bolívia. A ex-presidente Jeanine Áñez assumiu quando o Evo Morales fugiu para a Argentina. Depois, o outro lado voltou ao poder, ela foi presa e condenada a dez anos de cadeia. Acusação: atos antidemocráticos. Não preciso explicar mais", comentou.

Na terça-feira (16/5), Bolsonaro prestou depoimento à PF sobre o suposto esquema de falsificação no cartão de vacina. O ex-chefe do Executivo foi questionado sobre conversas recolhidas no celular de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e dele próprio, que foram apreendidos na Operação Venire, da Polícia Federal, no Distrito Federal. Bolsonaro negou qualquer envolvimento com irregularidades.

À Veja, o ex-presidente também ressaltou não enxergar a possibilidade de ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma das ações que correm contra ele na Corte eleitoral é sobre a reunião com embaixadores, em julho do ano passado, em que Bolsonaro colocou dúvidas sobre a lisura do sistema eleitoral, sem apresentar provas.

"Qual o argumento para isso? O encontro que tive com embaixadores. Essa é uma política privativa do presidente. Eu abri para a imprensa esse encontro, não tem nada de mais. Discutimos o sistema eleitoral brasileiro, buscando transparência, nada além disso", argumentou o ex-presidente. Ainda sobre a acusação de que houve fraude nas urnas, Bolsonaro disse que o assunto é "página virada" e que não quer problemas. "Quero apenas o bem do meu país, apesar de ter uma pessoa no poder que tem um passado triste e fica potencializando coisas que não deram certo lá atrás", afirmou.

O ex-chefe do Executivo também comentou sobre os ataques do 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes e classificou a situação como "coisa infeliz". Segundo ele, os atos golpistas prejudicaram ele, a direita e deu fôlego para a esquerda. "Nada justifica entrar e quebrar patrimônio. Marginais fizeram aquilo. Usaram da boa-fé do nosso pessoal, que nunca virou uma lata de lixo, quebrou uma vidraça ou ateou fogo em nada. Todo mundo do governo sabia o que ia acontecer. Graças a Deus houve o vazamento da imagem. Apareceu o G. Dias lá numa boa. Imagine se eu estivesse no Brasil? Talvez viessem me buscar aqui em casa como autor intelectual, como mentor daquilo", disse.

Correio Braziliense Foto Ilustrativa reprodução TV Brasil

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